A consulta popular sobre a reforma política poderá custar cerca de R$ 500 milhões
aos cofres públicos, caso a convocação ocorra ainda este ano. A
previsão leva em conta números atualizados das últimas eleições
municipais, realizadas em 2012, que custaram R$ 395 milhões, uma média
de R$ 2,81 por eleitor. A avaliação é de técnicos do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
Segundo esses técnicos, o valor por eleitor, que vem caindo nos últimos anos, pode aumentar devido à urgência
no planejamento. Geralmente, o TSE começa a preparar as eleições
seguintes assim que um pleito é encerrado. Com mais de um ano de
antecedência, o tribunal já está lançando o termo de referência para
contratações necessárias às eleições de 2014.
A consulta popular também poderá ficar mais cara devido ao aumento do eleitorado e à necessidade de reforçar a segurança nos locais de votação, resultado dos protestos recentes que tomaram o país. Em 2012, os gastos com a Força Nacional somaram R$ 24 milhões.
Outro custo que deve ser considerado é a campanha de esclarecimento
à população. Como o assunto é complexo, especialistas já alertaram que
os temas devem ser amplamente divulgados antes de entrar em votação. No
ano passado, a produção da campanha Voto Limpo para veiculação
gratuita em rádio e em televisão custou R$ 2,8 milhões ao TSE. Uma vez
definido o modelo de consulta, a empresa responsável pela publicidade
precisa de pelo menos 30 dias para preparar o material.
Dilma já planeja realização de plebiscito com TSE
Nesta semana, a presidenta Dilma Rousseff entrou em contato com a presidenta do TSE, Cármen Lúcia,
para tratar do planejamento e logística para realização da consulta
pública. Até a última sexta-feira (28), o TSE não havia, oficialmente,
divulgado informações sobre o assunto.
A reforma política só poderá ser aplicada nas eleições de 2014 se for
aprovada até o início de outubro. Segundo interpretação do Supremo
Tribunal Federal (STF), mudanças no sistema eleitoral devem esperar um ano para entrar em vigor. Foi isso que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa, aprovada em meados de 2010 e invalidada para as eleições daquele ano.
O Executivo sugeriu como possíveis datas os feriados de 7 de Setembro ou 15 de novembro,
mas ainda há a opção de realizar a consulta com as eleições
presidenciais do ano que vem, reduzindo custos. Em 2010, os acrianos
votaram em referendo sobre o fuso horário local no segundo turno das
eleições daquele ano.
A última consulta nacional, realizada em 2005, foi o referendo do
desarmamento, e custou R$ 252 milhões. No Pará, o plebiscito sobre a
divisão do estado, realizado em 2011 com a população local, custou R$ 19
milhões.
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