A minha terça-feira foi em Quixeramobim, onde fui a
trabalho. Senti uma cidade parada, abatida, triste. O motivo não era
apenas a seca, mas também a forte intervenção do Ministério Público e do
Judicário. Nada menos que o prefeito, o vice e mais de 20 assessores da
prefeitura tiveram suas casas invadidas por policiais, perderam seus
cargos e foram humilhados. O ambiente é de revolta e a sensação de
intervenção arbitrária ronda as mentes daquela gente.
Conversei com várias pessoas, elas não entenderam até agora porque o
prefeito Cirilo Pimenta foi afastado. A acusação que lhe é imposta de
que estaria manobrando licitações, é pífia, não se sutenta. A população
que elegeu Cirilo para um terceiro mandato tem uma leitura política para
o caso: o Promotor de Justiça da cidade, senhor Igor Pinheiro, no
esplendor da juventude odeia políticos, taxando a todos de ladrões,
contam os moradores de Quixeramobim que escondem a revolta com medo da
autoridade do Ministério Público. O atual promotor da cidade, apesar de
ainda jovem no cargo, já experimentou várias comarcas, não permanecendo
muito tempo nos lugares.
Cirilo Pimenta, governa pela terceira vez Quixeramobim, foi por
quatro vezes deputado estadual e tem uma longa ficha limpa de bons
serviços prestados. Eleito pela ampla maioria do povo, em um processo
eleitoral limpo, baseado na sua história, não soube me responder porque
está afastado do seu cargo e qual a motivação, o crime que cometeu. A
explicação que consegui foi a de que ele estaria promovendo licitações
para beneficiar empresas e pessoas. Fui atrás, o que vi nas licitações
não tem nada de anormal, de criminoso ou lesivo aos cofres públicos.
O Procurador Geral da Justiça, senhor Ricardo Machado, é filho de
Quixeramobim, onde sua família atua na área da comunicação e na
política. O Dr. Ricardo Machado precisa analisar o processo e decidir se
o promotor que atua naquela cidade está certo ou não. A juíza que
assinou o afastamento também precisa esclarecer melhor sua decisão,
apesar de ter entrado em férias após assinar a sentença. O presidente do
Tribunal de Justiça precisa analisar melhor o caso para rever um ato
até agora não muito claro. O povo de Quixeramobim precisa de uma
explicação, de um prefeito. Precisa do prefeito que elegeu.
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