Moradores do Cedro foram às ruas
protestar contra suposta má gestão do atual prefeito e pressionar a
Câmara para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
A sessão de ontem à tarde na Câmara Municipal de Cedro não foi
comum. Manifestantes ocuparam o plenário da Casa para pedir abertura de
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Eles querem investigação para
apurar a situação de obras da prefeitura que estariam inconclusas.
É
o caso de três praças no Centro do município e outra no bairro de
Fátima que teriam sido demolidas esse semestre para reforma sem devida
continuação. “Não temos mais praça. O prefeito destruiu tudo para
mostrar serviço e não conseguiu fazer. O pessoal está muito indignado”,
afirma o presidente da Câmara, o vereador Gildásio Oliveira Pinheiro
(PSD).
O estádio de futebol no bairro Montevidéo estaria em
condições análogas: mesmo com recurso da secretaria do Esporte,
encaminhado à gestão do prefeito João Viana (PP), as obras do
equipamento, que estaria interditado há aproximadamente um ano, não
teriam avançado, de acordo com Pinheiro. Outra obra parada seria a
pavimentação asfáltica do bairro Jardim Afonso Celso.
Após a
pressão popular, o Legislativo do município decidiu iniciar os
procedimentos para abertura de CPI na próxima segunda-feira, quando os
parlamentares devem se reunir novamente. Segundo o vereador Gilberto
Barboza de Oliveira (PRB), é necessária a presença de José de Araújo
(PP), líder do Executivo na Casa, ausente na sessão de ontem. Dos quatro
parlamentares responsáveis por apoiar o governo apenas um estava
presente.
Pinheiro deverá designar presidente, relator e membros da Comissão também no dia 29.
Perseguição
O
vice-prefeito da cidade, José Arnóbio de Araújo, considera que a
manifestação de ontem “não tem cabimento”. Para ele, seria movimento de
um grupo “atrás de tirar proveito político”. Em sua opinião, a criação
de uma CPI seria “a melhor coisa que eles deveriam fazer”, porque
provaria, segundo ele, que “não existe fraude, nem roubo, nem nada”.
Arnóbio
afirma que o processo de construção é demorado porque a Caixa
Econômica Federal, financiadora da execução das praças, libera o
recurso à empresa após o término de estágios da obra. No momento,
documentos estariam sendo apresentados ao banco para envio de mais
dinheiro.
O prefeito João Viana reclama da falta de verbas
para continuidade dos projetos. Ele admite que as obras estiveram
paradas no período eleitoral. Atualmente, diz que tanto o estádio
quanto o calçamento estariam sendo realizados. O recurso garantido para
o estádio, entretanto, não seria suficiente para concluir o serviço.
Onde
ENTENDA A NOTÍCIA
O
município do Cedro vive uma situação atípica. Nas últimas eleições, os
dois candidatos que disputavam a chefia do município - João Viana (PP)
e Dr. Nilson (PSB) - não tiveram seus votos computados, por estarem
indeferidos.
Frase
Essa manifestação naõ
tem cabimento algum. É um movimento de um grupo que está atrás de
tirar proveito político. Não existe fraude, nem roubo, nem nada”
José Arnóbio de Araújo, vice-prefeito da cidade de Cedro
Saiba mais
A situação eleitoral de Cedro
continua instável. Os dois postulantes à prefeitura da cidade tiveram
registro de candidatura indeferido pela Justiça. Tanto João Viana de
Araújo (PP), que pleiteava governar o município por mais quatro anos,
quanto o adversário Nilson Alves Diniz (PSB) não puderam ter seus votos
contabilizados após a eleição.
Dos 17.205 eleitores que compareceram às urnas, no último dia 7 de outubro, 7.831 renovaram sua confiança em Viana. O número é equivalente a 48,59% dos votos
Outros 8.285 cidadãos decidiram dedicar o que seria igual a 51,41% dos votos a Diniz.
Um dia após as eleições,
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em decisão monocrática, entendeu
que a candidatura de Viana estaria válida para a disputa neste pleito.
Por conta de um agravo regimental, a decisão deverá ser julgada pelo
colegiado do Tribunal. Até lá, o prefeito permanece com status de
indeferimento.
Caso o TSE não defira a candidatura de Diniz, o mais votado, a cidade precisará passar por um novo processo eleitoral.
O POVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário