sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Família de estudante do Ceará morto em república chega ao Rio

O pai e a tia do estudante José Leandro Pinheiro, de 21 anos, que foi morto a facadas em uma república na Zona Sul do Rio, chegaram por volta das 6h desta sexta-feira (26) ao Rio de Janeiro. O suspeito de matar o jovem, o estudante Bruno Eusébio dos Santos, de 26 anos, está preso na Divisão de Homicídios (DH). Os familiares vieram do Ceará para fazer a remoção do corpo do rapaz, que está no Instituto Médico Legal (IML), para a sua cidade natal, de Deputado Irapuan Pinheiro.

Bruno e José Leandro estudavam no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e dividiam uma república no Horto, na Zona Sul. O crime ocorreu na madrugada de quinta-feira (25). As causas do crime ainda estão sendo investigadas, segundo a polícia.

Segundo Alessandra Pinheiro, tia da vítima, o jovem era muito respeitador e vivia apenas para os estudos."Ele era um jovem doce, carinhoso, não tinha vício em drogas nem em bebidas. A vida dele era completamente voltada para os estudos. Estamos tentando ser fortes na medida do possível", relatou Alessandra, que está hospedada em um hotel no Rio com o pai de Bruno, Nestor Pinheiro.

Ainda segundo ela, Nestor está bem abalado com o ocorrido. "Aparentemente ele está calmo e tranquilo, mas por dentro sabemos que meu irmão está acavalado", contou.

Na quinta-feira (25), o delegado Rivaldo Barbosa, responsável pela investigação do caso, pediu a prisão em flagrante de Bruno após ouvir dez testemunhas - sete colegas da vtima, além da zeladora e caseiro da república e um funcionário do Impa. Outro fator determinante para a decisão foi a perícia preliminar dos instrumentos utilizados na morte, uma pedra e uma faca.

Ele era um jovem doce, carinhoso, não tinha vício em drogas nem em bebidas. A vida dele era completamente voltada para os estudos"
 
Alessandra Pinheiro
 
“Somente eles dois estavam presentes, então nós chegamos à conclusão de que somente o Bruno Eusébio dos Santos poderia fazer o que fez”, disse o delegado, que acrescentou ainda que a morte pode ter sido premeditada:

"Só teria acesso a essa pedra as pessoas que efetivamente conheciam o local. Porque, na verdade, essa pedra era utilizada anteriormente lá embaixo [na república] e a pedra foi levada até o quarto e utilizada como bastão para atingir a cabeça da vítima", completou.

Suspeito se manteve calado na delegacia

Até a madrugada desta sexta-feira (26), nenhum parente ou advogado de Bruno se apresentou à polícia, para defender o jovem, que segundo amigos é natural de Malhador, no Sergipe. De acordo com o delegado, Bruno chegou por volta de 1h à DH e não falou absolutamente nada.

"Eles está em um estado profundo de distanciamento social. Ele não falou absolutamente nada, entretaneto, ele leu todo o documento atenciosamente e assinou. Mas a gente já fez a primeira avaliação com os psicólogose agora, durante o dia, nós ouviremos outras pessoas, como tentaremos um outro contato com ele para ver se ele expressa ou diz principalmente a motivação do crime", explicou Rivaldo.

O delegado informou ainda que Bruno passou a madrugada com um policial ao lado para garantir a sua integridade física e corporal.

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