A Escola de Música Popular Humberto Teixeira, localizada no município de
Iguatu, é um espaço de aprendizagem, formação de jovens instrumentistas
e de troca de experiência entre professores e alunos. Instalada nesta
cidade, na região Centro-Sul, há quase três anos, por iniciativa da
Secretaria de Cultura do Município, o equipamento público atrai centenas
de alunos e sempre há uma lista de espera.
Acordes e sons de instrumentos musicais ecoam nas salas e nos corredores
da escola, cuja denominação homenageia o compositor iguatuense,
Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga e criador do ritmo baião, na
década de 1940. O clima é de motivação e alegria entre os 350 alunos
matriculados.
A unidade foi construída com recursos do Ministério da Cultura em
parceria com o Município e é mantida com verba própria da Prefeitura. A
unidade oferece aulas teóricas e práticas de violão, guitarra, bateria,
percussão, flauta doce, contrabaixo, sanfona e teclado. Foram
contratados oito instrutores.
As aulas são realizadas regularmente nos turnos da manhã e da tarde,
mas, às vezes, são ministradas no período da noite, dependendo da
demanda. A maioria dos alunos é criança e adolescente. Uma exigência é
que os estudantes menores de 18 anos estejam matriculados e frequentando
as aulas com regularidade. Há o acompanhamento da frequência e do
desempenho escolar. Para o futuro, há a proposta de transformar a
unidade em uma escola de formação técnica de professores de música em
nível médio.
A Escola de Música Popular Humberto Teixeira já vem contribuindo para
mudar a vida dos alunos, em particular das crianças e adolescentes. "Meu
filho está com mais vontade de estudar, fazendo os exercícios e
dedicado à música", disse a comerciaria Lúcia Moreira. "Ele participa
das aulas com muita vontade".
Motivação
Os alunos estão motivados e a maioria permanece ansiosa para dominar
logo o instrumento e aprender as primeiras músicas. "Isso é natural, mas
deve ocorrer com o tempo", observou o professor de violão, Léo Lima. "A
formação teórica, inicial, é fundamental", afirmou.
O curso de violão é o mais procurado. "O instrumento é de fácil acesso,
custa em torno de R$ 150,00, é simples e atrai um maior número de
alunos", explica Léo Lima. "A música é ideal para a formação dos jovens,
é o melhor caminho para o desenvolvimento artístico e intelectual",
comentou. Dois alunos são destaques no curso de acordeom e despertam
atenção dos professores pela facilidade com que aprendem as músicas.
Claudizinho de Paula, 12 anos, e Lucas Pereira, 9 anos.
"São dois jovens talentos, que têm dom musical, e um futuro promissor",
disse o professor Paulo Cascavel. Lucas Pereira começou aos seis anos e é
promessa de ser um sanfoneiro de excelente qualidade.
Para o professor Paulo Cascavel, o preço elevado da sanfona, em torno de
R$ 3 mil, e a dificuldade de execução do instrumento inviabilizam que
um maior número de pessoas procure as aulas de acordeom. As salas de
violão, flauta doce e percussão são as mais procuradas.
A Escola de Música Popular é a primeira do Centro-Sul e a segunda do
Interior. "Com certeza, aqui serão descobertos grandes talentos",
afirmou o coordenador pedagógico, Hélio Gomes. Ressalta que os alunos de
maior talento terão continuidade na formação artística.
Antes da Escola de Música Popular somente era possível aprender alguns
dos instrumentos ofertados em aulas particulares. Na prática, a maioria
não tinha oportunidade de adquirir o conhecimento musical. A unidade
dispõe de boa estrutura, diversas salas, algumas com revestimento
acústico, e auditório. A unidade dispõe de dezenas de instrumentos e, em
breve, será formada uma biblioteca específica. Os alunos estão
motivados com a novidade.
Desempenho escolar
A aprendizagem musical contribui para os alunos obterem melhor
desempenho escolar. As crianças inquietas tornam-se mais calmas. "Depois
que vieram estudar aqui, os meus dois filhos estão estudando mais e
inclusive tirando boas notas na escola", reforçou a dona de casa, Lúcia
Carneiro.
Alguns alunos recebem em casa motivação, outros trazem no sangue uma
tendência musical, mas existem aqueles que chegam à escola sem nenhuma
experiência, mas com enorme vontade de aprender. É o caso da aluna
Angélica Alves, do curso de contrabaixo. "Estou gostando e aprendendo
rápido", disse.
O mototaxista, Rafael Correa, resolveu aprender tocar sanfona porque o
avô, Chiquinho do Acordeom, morador do Sítio Jatobá, localizado no
Município de Cedro, deixou a motivação artística. "Estou apenas por
hobby para animar os encontros de família e de amigos".
DIÁRIO DO NORDESTE
Honório Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário