Os bancários de todo o País entram em greve, por tempo indeterminado, a
partir de terça-feira (18). Desde a primeira semana do mês, quando a
Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste
salarial muito distinta da reivindicação dos bancários, os trabalhadores
ameaçam cruzar os braços. Ao todo, a categoria reúne cerca de 500 mil
funcionários no País.
Os banqueiros apresentaram
proposta de reajuste linear para salários, pisos e benefícios de 6%. A
proposta passa longe da reivindicação dos trabalhadores que pedem
10,25%, sendo 5% de aumento real. "As expectativas que eles (bancários)
demonstram estão fora da realidade que a economia está vivendo. Este ano
a economia está muito indefinida. Precisamos de certa cautela para
fazer acordos", justificou o diretor de Relações de Trabalho da Fenaban,
Magnus Ribas Apostólico.
Na noite desta segunda-feira
(17), os bancários voltaram a se reunir em assembleias para organizar a
greve que começa terça-feira. "Hoje, as assembleias não vão apreciar
nada; são meramente organizativas. Avisamos desde o dia 05 e até o
momento não recebemos nenhuma nova proposta", disse o presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Carlos Cordeiro.
"Eles estão querendo ver o
tamanho da greve. No ano passado, de 18 mil agências, chegamos a 10 mil
paralisadas. A expectativa é de mobilização no mínimo igual a do ano
passado", afirmou Cordeiro. Em 2011, os bancários conseguiram reajuste
de 9%, com 1,5% de aumento real. "Neste ano, o que eles ofereceram dá só
0,58% de aumento real", diz o presidente da Contraf.
Apostólico
contesta a avaliação dos bancários de que a Fenaban não está disposta a
negociar: "Nós dissemos a eles: avaliem a proposta, vejam se existe
alguma coisa que precisa ser feita de forma diferenciada, que nós
levaremos aos bancos". De acordo com ele, a Fenaban está disposta a
fechar acordo com os bancários, mas tem limitações. "Temos uma convenção
coletiva bastante cara com muitos benefícios. É possível evoluir, mas
não é possível fazer grandes saltos", afirmou. "Greve é ruim para banco,
bancário, população. Nós estamos saindo de uma série de greves ao
serviço publico e gostaríamos de evitar isso (a paralisação)", disse
Apostólico.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores
pleiteiam mudanças na participação nos lucros e resultados (PLR) e em
outras questões econômicas. A proposta da Fenaban foi de PLR de 90% do
salário acrescido de valor fixo de R$ 1.484,00, podendo chegar a 2,2
salários de cada empregado. A reivindicação dos bancários à Fenaban é de
PLR de três salários mais R$ 4.961,25 de parcela fixa.
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