segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Temer baixa “ordem unida” e diz: quem fala pelo PMDB sou eu

O presidente do PMDB, Michel Temer, candidato a vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff, soltou hoje nota oficial para contestar o noticiário do fim de semana, segundo o qual o partido pretende dividir “meio a meio” o governo e já estaria escolhendo ministérios e estatais. O caso provocou uma mudança na agenda de Temer, que voou de madrugada de Iguatu, no interior do Ceará, para Brasília para medir o estrago político e preparar a reação.

Na nota, Temer afirma seu papel de presidente e de único porta-voz do partido: “o PMDB se expressa pelo seu Presidente”, inicia. Um dos alvos da irritação do vice de Dilma é o deputado Eduardo Cunha, que teria fornecido elementos para o noticiário negativo. Cunha mencionou as pretensões do partido de seguir presidindo a Câmara, em alternância com o PT, e também o Senado, onde a legenda deverá manter a maior bancada.

“Os únicos compromissos firmados por escrito com o PT foram os de que o PMDB teria a Vice-Presidência da República e participaria da formulação do programa de governo” – afirma Temer na nota, e reforça: “é isso, apenas isso, que foi estabelecido e vem sendo rigorosamente cumprido.”

O noticiário provocou constrangimento na aliança e obrigou a cúpula da campanha do vice a prestar esclarecimentos aos petistas. Ficou combinado que a nota de Temer teria um tom duro, inclusive para frear uma indesejável corrida por cargos, faltando ainda cerca de 40 dias para o primeiro turno da eleição.  A nota, escrita pelo próprio Temer,  encerra em tom de ordem unida: “o PMDB quer colaborar. Toda e qualquer manifestação em outro sentido é mera especulação e deve ser repudiada por todos os pemedebistas.”.

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