Corrida ao Senado produz primeiras farpas

Membros do PMDB e do PT trocaram ontem farpas sobre a dobradinha que os dois partidos compuseram para a eleição ao Senado, formada por Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT).

O prefeito de Iguatu, Agenor Neto (PMDB), que no domingo declarou apoio a Eunício e Tasso Jereissati (PSDB), rebateu críticas do presidente estadual do PT, José Guimarães. Na segunda-feira, o petista disse que o apoio de Agenor a Tasso era “inaceitável”, uma vez que PMDB e PT estavam coligados e pedindo voto casado a Eunício e Pimentel.

Em entrevista ontem ao O POVO, Agenor questionou a “fidelidade” de Guimarães à candidatura de Eunício. Ele afirma que Guimarães o procurou, há cerca de um mês, para pedir apoio a Pimentel, mesmo sabendo que o peemedebista já havia fechado apoio a Tasso.

“Se ele (Guimarães) busca tanto isso (apoio casado a Eunício e Pimentel), ele devia não ter nem me procurado, se ele está tão criterioso nessa questão”, disse Agenor.

Segundo Agenor, Guimarães não lhe pediu voto casado para Pimentel e Eunício. “Em momento algum ele questionou meu apoio a Tasso. Ele só pediu voto ao Pimentel, porque ele já sabia que eu estava com o outro voto definido”.

Agenor explicou que já votava em Tasso para o Senado quando foi procurado primeiro pelo PT e, depois, pelo PMDB. Segundo ele, cada partido pediu apoio só ao próprio candidato, apesar de fazerem campanha casada. Agenor diz que, na última quarta, dia 18, resolveu declarar Eunício como seu segundo voto ao Senado porque Pimentel demorou para fechar apoio a projetos para Iguatu. “Eu defino apoio não a pessoas, mas a projetos para o Iguatu”, disse.

Questionado se não deveria ter declarado apoio incondicional a Eunício, que é do seu partido, antes mesmo de garantir apoio a Tasso, Agenor disse que, “acima do meu partido, estão os projetos para Iguatu”. “Se Iguatu tem água potável, hospital regional, adutora, deve ao Tasso”, justificou.

Reação

Procurado pelo O POVO, Guimarães quis interromper a conversa ao saber das declarações do prefeito de Iguatu. “Isso é uma assunto encerrado. Nós vamos tocar a campanha do Pimentel. O Agenor é prefeito e adulto e sabe o que faz. Desejo o sucesso dele”. Ao ser perguntado sobre o que significava a declaração restrita à campanha de Pimentel, respondeu: “Não estou lhe dizendo mais nada”.

Através de sua assessoria, Pimentel disse que não iria se pronunciar sobre o assunto e, sem entrar em detalhes, afirmou que o PT já tinha tomado suas
''decisões estratégicas''.

EMAIS

A formação de chapas “alternativas” ao Senado por prefeitos ganhou mais adesões ontem.

Em Aiuaba, o prefeito Ramilson Araújo Morais é do PSDB, mas decidiu anunciar apoio a Cid Gomes (PSB) ao Governo. Ao Senado, porém, ficou com Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB).Mesma escolha dos prefeitos de Iguatu, Várzea Alegre e Solonópole.

Em Caucaia, Washington Góis (PRP) engrossou o movimento “Pimentasso”, de apoio a Tasso e a José Pimentel (PT).

Fonte: Jornal O POVO