Quando abriu o jornal nesta segunda-feira, o candidato ao Senado pelo pequeno Partido Trabalhista Cristão (PTC) de São Paulo, Ciro Tiziani Moura, teve uma surpresa. Viu seu nome na quarta colocação, com 19% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha.
O próprio candidato afirmou que pode ter sido beneficiado por uma possível confusão por parte do eleitorado, que teria associado o seu nome ao do deputado federal Ciro Gomes (PSB), que foi cotado para disputar a presidência da República. No registro de sua candidatura, Moura optou por utilizar apenas o nome "Ciro".
O candidato aparece apenas atrás de Marta Suplicy, que lidera a pesquisa com 31%, e em empate técnico com Romeu Tuma (PTB), com 22%, e Orestes Quércia (PMDB), com 21%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
"O resultado foi muito bom. Não acreditava que tivesse uma situação tão favorável, embolado com os outros candidatos. Talvez tenha sido pela minha persistência. Em outras eleições fui candidato à Prefeitura de São Paulo e ao governo do Estado. Devem ter guardado o meu nome. Acredito que uns quatro ou cinco pontos nessa pesquisa se devam à confusão com o Ciro Gomes".
Entretando, o candidato não admite que tenha havido má fé no registro da sua candidatura, já que o nome escolhido para aparecer na urna é apenas "Ciro". "Eu já saí como Ciro Moura e Ciro em outras eleições. O nome é uma marca e acredito que 'Ciro' seja mais forte. É um nome curto e fácil de guardar", afirmou.
Nas eleições de 2006, Ciro Moura foi candidato à Câmara dos Deputados pelo PTC e conseguiu a suplência graças aos quase 500 mil votos conseguidos pelo estilista Clodovil Hernandes. Moura obteve 3.636 votos na ocasião.
No ano passado, durante o velório de Clodovil, Moura foi hostilizado por assessores próximos do ex-deputado. Tudo porque o seu partido foi ao Tribunal Superior Eleitoral para reaver o mandato, acusando o estilista por infidelidade partidária. Meses antes, Clodovil havia trocado o PTC pelo PR. Uma semana antes da morte de Clodovil, o TSE acabou absolvendo o estilista da acusação.
Ao deixar o velório, Ciro Moura não deixou por menos. "Essa confusão tem que ser esclarecida. Quem o elegeu fui eu", disse. Moura teria sido responsável pelo convite a Clodovil para integrar a legenda.
Em 2000, quando foi candidato pelo antigo PRN de Fernando Collor, Ciro Moura passou todo o horário eleitoral gratuito sem mostrar o rosto. Ele evitava falar sobre suas propostas por "medo" de ter suas ideias roubadas por outros candidatos.
Em 2004, foi chamado por Marta Suplicy de "língua de aluguel". Segundo ela, Moura estaria a serviço de José Serra (PSDB), então candidato a prefeito de São Paulo.
Terra
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