domingo, 25 de julho de 2010

Datafolha e Vox Populi mostram números oscilantes, mas quadro geral é de estabilidade

Duas novas pesquisas mostram que as eleições presidenciais deste ano prometem ser das mais disputadas. A Vox Populi/Band/iG divulgada na sexta-feira (23), apresentou o seguinte quadro: Dilma Rousseff (PT) lidera com 41%, seguida de José Serra (PSDB) com 33%, e de Marina Silva (PV) com 8%. Já o Datafolha divulgou neste sábado (24) pesquisa liderada por Serra com 37%, seguido de Dilma com 36%  e Marina com 10%.

Resultados oscilantes

Os números do Vox Populi sugerem uma reação da petista quando comparados com as pesquisas divulgadas por outros institutos, especialmente o Ibope e o Datafolha. Mas confrontados com a última pesquisa do próprio Vox Populi, divulgada no dia 29 de junho, quando Dilma aparecia com 40%, Serra 35% e Marina 8%, percebemos que houve pouca mudança na disposição do eleitorado.

Com o Datafolha o mesmo fenômeno. Pelo instituto, no dia 5 de julho Serra liderava com 39%, contra 38% de Dilma e 10% de Marina. Situação semelhante a que foi apresentada neste sábado.

Fica claro que as posições variam mesmo é de instituto para instituto. No Ibope, levantamento do dia 3 de julho mostra Serra e Dilma empatados com 39% e Marina com 10%. Essas oscilações decorrem muito mais das metodologias utilizadas por cada instituto, do que propriamente de uma dinâmica na percepção do eleitorado.

Dado esse ambiente, o que podemos apreender da disputa presidencial é a polarização da campanha entre o tucano e a petista, com possibilidades reais de segundo turno, sobretudo por causa do desempenho de Marina Silva.

Sangue frio

Campanhas políticas costumam a causar expectativa nos candidatos, nos militantes e na imprensa especializada. A cada pesquisa todos parecem buscar a confirmação final para  esta ou aquela previsão, na tentativa de antecipar o resultado de outubro. Faz parte do jogo.

No entanto, os estrategistas das principais candidaturas, além dos próprios candidatos, devem ter sangue frio. Afinal, passado o período de definição das chapas, de formatação de apoios,  de experimentação de postura e discurso, os partidos buscam mostrar ao público os nomes que escolheram. Feita a apresentação inicial, o eleitor procura então formar opinião por associação e memória. Serra tem recall e Dilma é candidata do governo, é o que tem por enquanto o cidadão.

Os candidatos mais competitivos sabem que essas oscilações de números são naturais e que agora é esperar a propaganda eleitoral para buscar efetivamente, conquistar as mentes e os corações dos eleitores.

Multas na Justiça e vantagem na pesquisa

Por último, numa disputa apertada, as pesquisas podem ser influenciadas por eventuais exposições dos candidatos na mídia. Nesse sentido, sendo menos conhecidas pelo público, as candidatas Dilma Rousseff e Marina Silva precisam de espaço midiático para se apresentarem. Nesse caso, a candidata do Planalto tem levado vantagem por causa de um artifício ilegal.

Dilma e o fiador de sua candidatura, o presidente Lula, somam juntos, até esta data, 13 multas na Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral irregular, contra duas do tucano José Serra e uma de Marina. O agravante, para a petista, é que as multas que lhes são aplicadas acorrem geralmente por atos praticados em eventos oficiais, além do número grande de infrações, que denotam uma disposição premeditada de ignorar os limites da Lei Eleitoral.

Como Dilma foi a candidata que mais cresceu nas pesquisas, e como seus adversários pouco mudaram de lugar, a triste lição que fica é que esse vale tudo compensa.

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