A taxa de pobreza absoluta no Ceará caiu de 70,3%, em 1995, para 49,3% da população, em 2008. A retração do porcentual de cearenses com rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal foi de 29,8% em 13 anos, conforme aponta o estudo "Dimensão, evolução e projeções da pobreza por regiões e por estados no Brasil", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Conforme destaca Márcio Pochmann, presidente do Ipea, o Estado teve mais sucesso na redução da chamada pobreza extrema, ou miséria - população com rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo. A taxa, neste caso, saiu de 43,7% para 23,5% do total de habitantes, na mesma base de comparação, representando redução de 46,2%.
Segundo o estudo do Ipea, em 1995, o Ceará aparecia como o terceiro estado do Brasil em proporção de pobreza, melhor apenas do que o Maranhão (77,8%) e o Piauí (75,7%). Em 2008, melhorou duas posições, figurando na 5ª colocação, e deixando para trás Alagoas (56,6%), Maranhão (55,9%), Piauí (52,9%) e Pernambuco (50,1%). Vale ressaltar que todos as unidades da federação com elevada proporção de pobres estão no Nordeste.
No tocante à redução da miséria, Pochmann chama atenção para o fato de o Ceará ter saído da terceira para a sexta posição, entre os estados brasileiros. Ou seja, em 13 anos de estabilidade econômica, o Estado deixou para trás indicadores alarmantes, figurando hoje com melhor posicionamento que Alagoas (32,3%), Maranhão (27,2%), Piauí (26,1%), Pernambuco (24,7%) e Bahia (23,8%).
O presidente do Ipea destacou, também, no tocante à concentração de renda, que o Estado teve o Índice de Gini reduzido de 0,62 para 0,54, no intervalo em análise. Vale ressaltar que, quanto mais perto de um, mais desigual a sociedade. "Países com Gini abaixo de 0,4 são considerados desenvolvidos", diz. Alguns estados nordestinos têm um indicador de concentração de renda na casa de 0,58, como Paraíba e Alagoas.
Em 2008, os estados da federação com maior desigualdade de renda foram: Distrito Federal (0,62), Alagoas (0,58) e Paraíba (0,58). Já os estados com menor grau de desigualdade de renda foram: Amapá (0,45), Santa Catarina (0,46) e ainda Rondônia (0,48).
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