Lá atrás, bem antes dos atuais 14 anos, o meninote Bruce Cristian de Sousa Oliveira se dizia certo do que queria fazer quando crescesse. Seria veterinário. Trataria de animais doentes e ajudaria-os a escapar da morte.
Com a adolescência, novos planos. Agora, falava em ser professor. O desejo era simples: passar adiante os valores tão defendidos pelo pai, Francisco das Chagas de Oliveira Sousa. Coisas simples como honestidade, dedicação, humildade. Para além disso, os conhecimentos estimulados na futura universidade.
Contudo, acabou desistindo do cuidar de animais ou do estimular sabedorias. Nos últimos meses, não tirava da cabeça a ideia de ser jogador de futebol. De tanto falar no assunto, convenceu.
No último domingo, 25, seria matriculado na escolinha do Ceará Sporting Club. Seria. Não fosse uma desastrosa bala na nuca disparada por um policial militar do Programa Ronda do Quarteirão. “O menino Bruce era maravilhoso. Era o filho que todo pai e toda mãe gostaria de ter”, disse o pai Francisco das Chagas de Oliveira Sousa.
A declaração foi dada ontem, minutos antes do enterro do adolescente. E veio acompanhada de um verdadeiro desabafo do autônomo. Ele quer que o PM Yuri da Silveira Batista, pertencente ao Batalhão Comunitário, seja punido.
Amigos e familiares pediram o mesmo durante a solenidade. “A impunidade é o que mais vai me magoar. Porque é uma punhalada de rasga aos poucos. Será que a Justiça vai jogar tudo para debaixo do tapete mais uma vez? Eu, como pai, não aceito isso”, emendou Francisco.
O POVO
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