segunda-feira, 19 de abril de 2010

PT impõe condições para apoiar Cid Gomes

A executiva estadual do PT reiterou nesta segunda-feira a disposição de apoiar a reeleição do governador Cid Gomes (PSB), mas impôs condições. Além de manter a vaga de vice na chapa, o partido espera que governador apoie o nome do ex-ministro José Pimentel para o Senado. 

Por unanimidade, o PT fechou questão e não aceita a presença do PSDB, mesmo que informalmente, na aliança pela reeleição do governador. A possibilidade desse acórdão com os tucanos, mais do que a eventual pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), é o que pode comprometer a continuidade da aliança que já dura desde 2006. 

O palanque de reeleição de Cid pode ser também o da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Na última quinta-feira, Cid Gomes criticou o radicalismo que existe entre PT e PSDB no plano nacional. 

Chegou a defender que o próximo presidente busque unir os dois partidos e disse que não ia se "render a essa coisa compulsória, que PT tem que está fora do PSDB". A declaração provocou a reunião de ontem.

O receio do PT é de que em troca do apoio dos tucanos, Cid Gomes trabalhe pela reeleição do senador Tasso Jereissati (PSDB) e por isso querem forçar uma declaração de apoio ao ex-ministro José Pimentel.

No encontro, também ficou decidido que o PT vai apressar as negociações com os partidos que manifestaram nacionalmente adesão à pre-candidatura da petista, especialmente o PCdoB, PR, PDT e o PMDB que no Ceará comprometeu-se com Ciro Gomes. 

Na prática, a decisão atropela o calendário determinado pelo governador Cid Gomes, que decidiu só falar sobre sucessão estadual quando houver um desfecho envolvendo a pré-candidatura de Ciro. E já prepara terreno para uma eventual alternativa de palanque para a ex-ministra Dilma no Ceará. 

A decisão refletiu também a preocupação da presidente estadual do PT e prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, com o resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada nesse fim de semana. 

- Não vamos aguardar uma decisão estadual para fazer a campanha da Dilma - disse. - Não podemos esperar. Sabemos que vai ser uma luta difícil. O cenário é de polarização e estamos trabalhando para compor um palanque da Dilma independentemente do cenário estadual porque nós temos pressa de estabelecer uma candidatura forte com competitividade. 

O apoio à reeleição de Cid e as condições impostas já haviam sido discutidos em outros encontros. Mas a reunião desta segunda-feira, que durou mais de três horas, serviu para unificar o discurso. Além de membros da executiva, estavam presentes o vice-governador, Francisco Pinheiro, e o líder do governo na Assembléia, deputado Nelson Martins. 

A bancada de apoio de Cid Gomes na Assembléia inclui os 14 deputados do PSDB e muitos defendem que o partido trabalhe pela reeleição do governador em vez de lançar candidato próprio. 

O Globo

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