
O magistrado determinou que o acusado aguarde na prisão em que se encontra, o julgamento pelo Tribunal Popular do Júri de Iguatu. Atualmente, Bezerra se encontra recolhido no quartel do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque), em Fortaleza.Motivo fútilO juiz acatou a denúncia oferecida pelo Promotor de Justiça, da Primeira Vara, Antônio Monteiro.
Na sentença de pronúncia, o magistrado observou que “há indícios suficientes de autoria ou de participação delitiva do ex-militar apresentados no inquérito policial e nos depoimentos de testemunhas presenciais”.
Daniel Bezerra foi pronunciado por duplo homicídio, qualificado, por motivo fútil, cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão. Como o homicídio foi duplo, o réu, se condenado à pena máxima, seria punido com 60 anos de cadeia. Segundo os autos, o acusado cometeu o crime por motivo banal “apenas porque uma das vítimas estaria urinando próximo ao carro dele (do réu), no estacionamento de uma churrascaria”.
O representante do Ministério Público, Antônio Monteiro, disse que, em face das provas coletadas, aguardava a sentença de pronúncia. “Era inevitável porque as provas são claras”, frisou. “O crime abalou a sociedade estadual, a partir de uma discussão boba, que se transformou numa tragédia”.
A decisão do magistrado era aguardada com expectativa pela família das vítimas. Durante o processo, a defesa utilizou estratégias para retardar a conclusão do processo criminal, que irritaram o promotor de Justiça e aumentaram o sofrimento dos parentes que aguardavam um desfecho da tramitação processual.
Cabe recurso ao Tribunal de Justiça por parte da defesa do réu da sentença de pronúncia. Em ocasiões anteriores, o advogado do ex-militar, criminalista Delano Cruz, já havia informado que iria impetrar recurso caso o réu viesse a ser pronunciado, isto é, apontado como o autor do duplo homicídio. Essa decisão prorroga mais ainda inclusão do julgamento do ex-militar na pauta do Júri.
Em ato público que reuniu cerca de cinco mil pessoas, realizado na cidade de Mombaça, onde as vítimas nasceram, o governador Cid Gomes assinou em 17 de julho de 2008, a expulsão do capitão Daniel Gomes Bezerra dos quadros da Polícia Militar.
O crime
A briga entre o então capitão da PM e as duas vítimas ocorreu durante uma discussão. Depois de ferir os dois irmãos universitários, o capitão Daniel Bezerra fugiu de Iguatu e, mais tarde, se apresentou na delegacia de Polícia de Jaguaribe, onde contou sua versão sobre o fato. Ele alegou, logo de saída, que agiu em legítima defesa.
No mesmo dia do crime, a Justiça decretou sua prisão preventiva e ele foi transferido do quartel da PM de Jaguaribe para Fortaleza. O crime teve ampla repercussão no Estado e culminou no ato do governador em excluir o militar da PM.
O advogado criminalista Paulo Quezado acompanha o processo como assistente da acusação. Ele acredita na condenação do ex-PM diante das provas, indícios e evidências da autoria colhidos no inquérito policial e ratificados na instrução do processo. A data do júri não foi ainda marcada.
DN
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