quarta-feira, 5 de junho de 2019

Clubes cearenses não querem gestão compartilhada do Castelão

A ideia de uma gestão compartilhada, formal, de toda a Arena Castelão, entre Ceará e Fortaleza, foi superada. Os clubes estão satisfeitos com a forma como o estádio é cedido às diretorias, jogo a jogo, desde o fim da parceria público-privada, no fim de 2018, entre o Estado e a empresa LuArenas, e não enxergam motivos para mudança. Atualmente, Vovô, Tricolor do Pici e Tubarão da Barra exploram financeiramente o equipamento de forma plena (bares, estacionamentos, camarotes e venda de bebidas alcoólicas) no dia do evento, pagando 13% da renda bruta da partida ao Governo. Depois, devolvem ao poder público, que faz a manutenção estrutural.

Com a nova posição, o modelo, antes provisório até que se completasse um novo processo licitatório, ganha força. Anteriormente, diretores tricolores e alvinegros se reuniram no intuito de criar uma empresa conjunta para concorrer à licitação do equipamento de forma oficial, mas a ideia não avançou. Procurada pelo Diário do Nordeste, a Secretaria de Esporte e Juventude do Estado do Ceará (Sejuv) confirmou que prosseguirá com o processo licitatório de concorrência internacional, previsto para o segundo semestre, que teria valor global de R$ 214 milhões, em 20 anos de duração. A abertura da concessão depende de ajustes do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para em seguida ser encaminhada a Procuradia Geral do Governo.

"No dia do jogo, recebemos a chave do estádio e ele é nosso, fazemos o que quiser. Toda a receita dos bares, estacionamento, atividades e outras ações é nossa. No final do dia, a gente devolve a chave (do estádio) e toda a receita que recebemos é nossa, assim como todos os custos no dia do jogo. O positivo é que os nossos parceiros são os mesmos do Fortaleza, então o que administra para um também trabalha para o outro", explicou Robinson de Castro, presidente do Ceará.

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, também deu detalhes de como funciona a atual parceria. "O Fortaleza administra a Arena Castelão nos dias de jogos. Fazemos a operação do jogo. A manutenção diária da Arena é responsabilidade do Estado e isso se refere à limpeza, conservação, gramado, luminária, máquina de gelo, elevador, catracas, tudo isso é responsabilidade do Governo e devemos devolver (o equipamento) ao Estado conforme pegamos", afirmou o dirigente.

Gestão pública

Gerido pelo Governo do Estado e cedido a Ceará, Fortaleza e Ferroviário nos dias de jogos, o estádio já recebeu 38 partidas em 2019 - maior número dentre todas as praças esportivas do País. O excesso de jogos trouxe problemas na qualidade do gramado. O "tapete" da Copa do Mundo de 2014 se transformou, tornando-se escorregadio, e os tufos de grama começaram a surgir a cada partida, assim como a presença de lama e buracos nas áreas destinadas à comissão técnica dos clubes.

Para sanar o problema emergencial, a Sejuv firmou um contrato por meio de dispensa de licitação, em 16 de janeiro, com a empresa Greenleaf no valor de R$ 216 mil, válido por 180 dias. Os dados são do Portal da Transparência do Governo do Estado. Além disso, o órgão anunciou intervenção durante a Copa América e nova regra de intervalo mínimo entre jogos.

Diário do Nordeste

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