sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Serviços domésticos ficam 11% mais caros no Ceará

Os valores dos serviços de profissionais diaristas como domésticas, babysitters (babás), cozinheiras, e acompanhantes de idosos, foram reajustados pelo Sistema Nacional de Empregos e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) no Ceará. Conforme a tabela 2019 do Centro do Trabalhador Autônomo (CTA), as diárias daqueles que realizam faxinas, lavam e passam subiram 11,1%.

A maior variação em um ano ficou para a diária de jardineiro, que saltou de R$ 105 para R$ 115, ou 11,6%. A tabela do CTA é formulada ao fim de cada ano por um grupo de profissionais que são contratados por meio do centro e forma um grupo de trabalho que debate sobre os valores vigentes no mercado. Ela detalha hora extra, meia diária, plantão 24 horas ou noturno, trabalho em domingos e feriados, entre outros.

Até 2018, o preço fixado para empregadas domésticas, serviço de diária mais comumente contratado, era fixado em R$ 90 a diária. Mas, segundo o coordenador da Intermediação de Profissionais do Sine/IDT, Rubens da cunha Rodrigues, o valor estava defasado e no reajuste para R$ 100 foram consideradas as despesas com almoço e deslocamento. Ele acrescenta que o preço deve servir como um piso para as contratações.

"Se formos observar, esse valor está um pouco abaixo do que é praticado no mercado, até para que os trabalhadores ofereçam um diferencial e atrativo, pois é pago o salário mais alimentação e transporte", diz.

 Pelo serviço oferecido pelo Sine/IDT, o "Solicite um profissional", é intermediada a disponibilidade de profissionais via telefone 3101.2763 ou pelo site. "Qualquer pessoa pode entrar no site, na área do CTA, e fazer sua demanda. Entramos em contato para encaminhar esse profissional, de acordo com o que foi solicitado pelo próprio demandante", complementa.

Eneas Neto, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e orientador da pós-graduação da Universidade Estadual do Ceará (UFC), acredita que a iniciativa é bem-vinda, pois oferece um "parâmetro mínimo" para as contratações. Contraponto que faz à medida é que os valores estão defasados aos do mercado.

"Para alguns, a tabela vai representar uma diminuição de patamar, para outros, que estão em situações mais periféricas, funciona como uma garantia diante de pessoas que talvez oferecessem menos. As relações de mercado são bem fluidas", garante.

Apesar de não concordar em parte com os valores da tabela do Sine/IDT, a diarista Geovânia Lopes, 46, avalia que a iniciativa dá respaldo na hora de negociar valores. "Acho que a diária ser R$ 100 é pouco", afirma, ponderando que esse preço estaria aceitável se não descontasse alimentação e transporte.

A diária praticada por Geovânia, que mora na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), custa R$ 130, se for em Fortaleza, e R$ 150 em Aquiraz. Nos valores é incluso passagem, totalizando R$ 10. A faxineira conta que nas casas onde trabalha, os empregadores oferecem alimentação sem descontar no pagamento, mas diz que conhece exceções.

A relação entre patrão e empregado, nestes casos, é baseada na proximidade e confiança. Por duas vezes na semana, há um ano e três meses, os administradores Mariana Carvalho, 31, e Cadú Baracho, 33, mantêm uma diarista para realizar faxinas no apartamento.

A contratada já era conhecida de Mariana por ter trabalhado na casa de seus pais e, após casar, decidiu acordar com a autônoma o serviço. "Como moro em apartamento, que é menor que a casa dos meus pais, a negociação acabou por ser diferente e o valor pago por nós foi um pouco menor".

O POVO

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