segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

João de Deus – Investigações sobre o médium não param no feriado

A força-tarefa do Ministério Público (MP) de Goiás, que investiga as denúncias de crimes sexuais envolvendo o médium João Teixeira de Farias, o João de Deus, de 76 anos, não vai parar neste feriado de Natal nem de Ano Novo. O grupo recebeu 596 relatos de mulheres que se dizem vítimas, das quais 75 já foram ouvidas em Goiás e em outros estados.

Das 255 pessoas identificadas, 23 tinham entre 9 e 14 anos na ocasião dos fatos, 28 entre 15 e 18 anos, e 70 com idade de 19 a 67 anos, segundo os promotores que atuam na força tarefa. Eles citam pelo menos três casos, cujos crimes envolvem estupro, violência sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

Para os promotores, o médium se valia da fé dos frequentadores, do respeito que tinham por ele e da fragilidade das pessoas, muitas vezes, com graves doenças, para tirar proveito da situação.

João de Deus está preso preventivamente desde o dia 16, no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, a 18 quilômetros da capital. A defesa já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de reverter a detenção para prisão domiciliar com tornozeleira.

Interdição

A Superintendência de Saúde em Vigilância de Goiás (Suvisa) fechou o laboratório que funcionava na farmácia da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Segundo os técnicos, no local eram fabricados medicamentos em escala industrial, sem autorização.

De acordo com informações da força-tarefa, a interdição também menciona questões de manipulação contrárias às normas sanitárias e más condições de acondicionamento de instrumento cirúrgico. Houve autuação administrativa, cujo teor será analisado pelos promotores para as devidas responsabilizações.

A imprensa de Goiás informa sobre a existência de nove inquéritos já instaurados contra João de Deus, dos 16 casos denunciados à Polícia Civil até momento. Em um deles, já concluído, o médium foi indiciado por violação sexual mediante fraude.

O delegado-geral que acompanha o caso, André Fernandes, destacou que um grupo trabalha especificamente para analisar as armas localizadas em uma das residências do médium. Também há avaliação das pedras preciosas e do dinheiro encontrado, inclusive em moeda estrangeira.

(Agência Brasil)

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