sexta-feira, 4 de maio de 2018

Filha de Temer diz à PF que não teve ajuda do pai para reformar casa

Em depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (3), Maristela Temer, uma das filhas do presidente Michel Temer, negou que o pai tenha ajudado a pagar a reforma de sua casa em 2014. A PF apura a origem do dinheiro usado na obra.

O Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, a algumas partes do depoimento, que durou quatro horas e ocorreu numa sala da Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Houve um forte esquema de segurança montado pela Presidência da República na região. Maristela entrou e saiu sem ser vista pela imprensa.

A filha de Temer contou ao delegado Cleyber Malta Lopes que pagou a reforma da casa com o dinheiro que ganha como psicóloga, com um empréstimo da mãe, no valor de R$ 100 mil e com dois empréstimos que ela mesma fez no banco. Mas disse que não tem todos os comprovantes dos pagamentos, porque a reforma no imóvel de 350 metros quadrados foi feita há quatro anos.

A investigação faz parte do inquérito que apura se empresas do setor portuário pagaram propina em troca de um decreto presidencial. A PF tenta montar um quebra-cabeça que começou em 2017, quando os delatores da JBS disseram que entregaram R$ 1 milhão de propina ao coronel da PM João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer há mais de 30 anos. De lá para cá, a suspeita da investigação é que o dinheiro tenha sido usado para reformar a casa de Maristela.

Na quarta-feira (2), a Polícia Federal ouviu o arquiteto Carlos Roberto Pinto. Em junho de 2017, ao Jornal Nacional, ele disse que recebeu R$ 10 mil para dar entrada na prefeitura e cuidar da aprovação do projeto da reforma da casa, e que o pagamento foi feito por transferência bancária pela própria Maristela Temer. Ele também contou que foi contratado pela arquiteta Maria Rita Fratezi, a mulher do coronel Lima.

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