segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Mais da metade da campanha de reeleição de Lula foi caixa 2, afirmam marqueteiros

Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações em primeira instância da Operação Lava Jato, começou a ouvir nesta segunda-feira (5) os depoimentos sobre o processo do Sítio de Atibaia, que tem como réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os delatores condenados na operação, os marqueteiros Mônica Moura e João Santana, foram os primeiros a prestar esclarecimentos.

A publicitária Mônica Moura afirmou que, dos R$ 18 milhões da campanha de reeleição de Lula, em 2006, R$ 10 milhões foram pagos por caixa 2. E fez questão de reforçar que a forma de pagamento era imposta pelo partido.

“O caixa 2 era opção absolutamente deles… nós, nos últimos anos, desde que a gente começou, eu consegui cada vez mais aumentar o valor do caixa 1. Claro que era mais caro, nas era muito mais seguro, era menos risco, não tinha que carregar mala de dinheiro para lugar nenhum”, argumentou.

Sobre a prática de caixa 2, Mônica Moura reafirmou a Moro:

“Não existe campanha política no Brasil sem dinheiro não contabilizado, o caixa 2, não se faz. Se alguém disser que faz não está falando a verdade”, disse.

Já o marqueteiro João Santana revelou detalhes sobre os bastidores das negociações dos pagamentos “não contabilizados” que recebeu durante a campanha de reeleição de Lula. E afirmou que, num primeiro momento, chegou a exigir de Palocci que, naquela campanha, não houvesse caixa 2.

“O que a gente recebia da Odebrecht não era contabilizado… a parte não oficial, inclusive, eu queria repetir que quando estava a negociar o contrato porque, tendo em vista a crise (o escândalo do mensalão), era fundamental que essa campanha não tivesse caixa 2”. Segundo João Santana, num primeiro momento Palocci teria concordado com o pedido, mas mudou os planos meses depois, propondo uma “forma segura” para receber os valores; a abertura em uma conta no exterior.

via Uol

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