sábado, 9 de dezembro de 2017

Siglas articulam ações para arrecadar fundos para campanhas

Com a proximidade do início do ano eleitoral de 2018, alguns dos maiores partidos do Ceará já traçam estratégias visando a arrecadação de recursos para o custeio de atividades de pré-campanha e também da própria campanha eleitoral, que deve começar em agosto do ano que vem. Em uníssono, dirigentes do PDT, do PMDB, do PT e do PSDB no Estado apontam que, mesmo com a aprovação de um fundo público, o financiamento tende a ser em 2018, assim como foi na eleição municipal do ano passado, um dos principais desafios à construção de candidaturas competitivas. Enquanto uns apostam em ações já realizadas em esfera nacional para abastecer os caixas, porém, outros dizem que o tema ainda não é pauta nas definições das legendas no Ceará.

Embora recebam dos diretórios nacionais dos partidos recursos oriundos do fundo partidário – e os valores dos repasses aumentem em anos eleitorais –, presidentes de algumas siglas reclamam que o que chega aos cofres das legendas no Estado só é suficiente para manter equilibradas despesas administrativas. Somado a isso, eles também dizem que, apesar da expectativa de que siglas com maiores bancadas na Câmara dos Deputados tenham acesso a fatias mais expressivas do fundo de financiamento público, estimado em R$ 1,7 bilhão, ainda não há certezas sobre quanto chegará às agremiações no Ceará.

Em busca de alternativas, legendas têm apostado em jantares e palestras pagas, rifas e até em campanhas de financiamento coletivo na Internet para arrecadar recursos de olho no pleito. Maior partido do Estado atualmente, o PDT, por exemplo, promoveu, no dia 30 de novembro, um jantar de adesão com palestra do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do partido à Presidência da República, com ingressos a mil reais. O valor arrecadado no evento deve custear viagens do pedetista pelo País.

Outras capitais

Segundo o presidente estadual do grêmio, o deputado federal André Figueiredo, ainda não foi concluída a apuração da arrecadação, mas eventos semelhantes devem ser realizados em outras capitais brasileiras, em datas e locais ainda em discussão. Ao avaliar o fundo público de financiamento, ele diz que partidos de pequeno e médio porte, como o PDT, “certamente terão dificuldades para encontrar um caminho que não seja através apenas do fundo eleitoral”.

Se o PDT investe em palestras com Ciro Gomes, no PT, a ideia é promover, no ano que vem, evento semelhante com o governador Camilo Santana, candidato à reeleição. Além disso, o presidente do partido no Ceará, Francisco de Assis Diniz, informa que a legenda também examina, junto à Receita Federal e a Justiça Eleitoral, a rifa de um carro, a ser realizada paralelamente a outras ações, como campanhas de financiamento na Internet.

Sobre o fundo de financiamento público, De Assis Diniz ressalta que “o PT Ceará, ao que tudo indica, terá uma representação muito grande na divisão de recursos do fundo eleitoral”, pelo tamanho da bancada na Câmara. Ele pondera, contudo, que a legenda chega a 2018 com “uma preocupação muito grande” em relação ao financiamento de suas candidaturas.

Presidente estadual do PSDB, Francini Guedes, por outro lado, diz que estratégias para o financiamento de campanhas do partido ainda serão discutidas. “Não tem nenhuma coisa concreta para fazer ainda. Nós estamos conscientes de que está difícil. Vamos nos reunir e discutir como podemos fazer”, afirma. A divisão do fundo eleitoral, para ele, deve ser “insignificante”.

Presidente em exercício do PMDB no Ceará, Gaudêncio Lucena faz coro às incertezas sobre o fundo público de financiamento. “Ainda não há um posicionamento se o dinheiro do fundo eleitoral será dividido entre os candidatos proporcionais ou se será para os candidatos majoritários”, aponta, acrescentando que isso, assim como outras estratégias de arrecadação de recursos, ainda serão discutidas no PMDB em âmbito estadual.

DN Online

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