quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Nunca fui braço direito do Janot, diz ex-procurador MillerCOMENTE

Pivô da crise em torno da delação premiada da JBS, o ex-procurador da República Marcelo Miller afirmou nesta quarta-feira (29) que nunca foi "braço direito" do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Miller, que prestou depoimento à CPI da JBS, também afirmou que Janot não sabia que ele atuou para executivos da JBS na fase preparatória do acordo de delação.

"Eu achei graça quando vi no jornal dizendo que eu era braço direito dele [de Janot]", disse.

Segundo Miller, nem Janot nem o então chefe de gabinete da Procuradoria-Geral da República, Eduardo Pelella, sabiam de sua atuação com a JBS.

"O doutor Pelella, pelo menos por mim, não teve nenhum conhecimento da atividade preparatória que desempenhei em fevereiro e março na JBS", disse Miller.

Ao ser perguntado sobre se Janot teve conhecimento dessa atividade, o ex-procurador respondeu que "menos ainda".

Um dos fatores que colocaram a delação da JBS sob suspeita foi um áudio, apresentado pelos próprios delatores, em que eles citam a atuação de Miller na preparação da delação.

A delação da JBS serviu de base para as duas denúncias apresentadas por Janot contra o presidente Michel Temer (PMDB), que tiveram a tramitação barrada pela Câmara dos Deputados.

Após assinar o acordo de delação da JBS, a própria Procuradoria-Geral da República, então chefiada por Janot, abriu uma investigação sobre a assinatura do termo de colaboração para apurar se houve atuação irregular de Miller nas negociações para fechar a delação da JBS.

A Procuradoria quer descobrir se Miller auxiliou os delatores durante a negociação do acordo quando ainda estava ligado à Procuradoria.

Após deixar o cargo de procurador, Miller passou a atuar como advogado num escritório que trabalhou na negociação do acordo de leniência da JBS, espécie de delação premiada feita pela empresa. Esse escritório, porém, não chegou a concluir o acordo de leniência, que foi fechado por outra banca de advogados.

À CPI, Miller afirmou que não foi citado na delação da JBS porque não cometeu crime e voltou a defender que sua atuação junto à JBS foi regular.

"Eu não apareci na delação porque eu não cometi crime. Não houve crime. E eu estou aqui para provar isso", disse.

Uol

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