segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Governo Temer quis esvaziar órgão que cuida do patrimônio

BRASILIA, DF, BRASIL, 01-09-2016, 12h00: O ministro da secretaria política Geddel Vieira Lima, durante entrevista à FOLHA, em seu gabinete. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVA*** ***ESPECIAL***
Em uma de suas primeiras medidas ao assumir a Presidência, em maio, o presidente Michel Temer (PMDB) tentou esvaziar o Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O órgão está no centro de uma crise no governo desde a semana passada, quando o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero pediu demissão.

Ele acusou o titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo a passar por cima de um parecer do Iphan que impedia a construção do edifício La Vue, um prédio de 30 andares em Salvador, por estar próximo a bens tombados.

Geddel possui um dos apartamentos no edifício, que tem unidades ao custo de R$ 2,5 milhões e fica localizado na Ladeira da Barra, área nobre da cidade.

O esvaziamento do Iphan ocorreria com a criação da Secretaria Nacional de Patrimônio Histórico, incluída na medida provisória que ressuscitou o Ministério da Cultura –a pasta havia sido extinta.

Segundo a reportagem apurou, Geddel planejava emplacar na nova secretaria o ex-superintendente do órgão na Bahia Carlos Amorim.

Na gestão de Amorim, o Iphan da Bahia autorizou em 2014 a construção do La Vue, decisão depois desfeita pela direção nacional do órgão.

A nova secretaria passaria a ser a responsável pela concessão de licenciamento para obras, enquanto ao Iphan caberia mais a fiscalização.

Folha de S.Paulo

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