segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Delator cita Geddel, Moreira Franco e Romero Jucá na Lava Jato


Um dos ministros mais próximos do presidente Michel Temer, da linha de frente de sua articulação política, Geddel Vieira Lima está com seu nome envolvido na negociação para delação premiada do ex-vi9ce-presidente de Relações Institucionais da construtora Odebrecht, Cláudio Melo Filho. Vizinho de Gedel em Salvador, o executivo promete, caso o processo avance, apresentar provas de que o ministro recebeu recursos ilegais para sua campanha eleitoral em 2014, quando disputou vaga ao Senado pelo PMDB.


A negociação de Claudio Melo Filho também envolve Moreira Franco, outro nome próximo de Temer dentro do PMDB e atualmente responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Secretário da Aviação Civil no governo Dilma Rousseff, Moreira teria recebido R$ 3 milhões, segundo o ex-executivo, para inviabilizar um projeto de construção de um terceiro grande aeroporto em São Paulo, que se somaria a Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. A construtora considerava-se prejudicada e, por isso, teria pago ao então ministro para inviabilizá-lo.

Também o senador Romero Jucá, atual presidente do PMDB, foi citado por Cláudio Melo Filho. Neste caso, a acusação é de ter recebido R$ 10 milhões para ajudar a construtora em projetos de lei e medidas provisórias em tramitação no Congresso. Jucá chegou a ocupar o ministério do Planejamento no início do governo Temer e deixou o cargo depois de ter reveladas suas conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, quando falou da necessidade de afastar a Dilma para o PMDB assumir o poder e abafar a operação Lava Jato.

As denúncias contam nao número da revista Veja que circula nas bancas e os três envolvidos já se manifestaram através de notas. Todos negando as acusações. Gedel diz que não comentará o caso, por entender que tais denúncias não foram formalizadas, além de usar o argumento padrão de que as contas de suas campanhas foram aprovadas pela justiça eleitoral.

As provas

Através de panilhas que já estariam em poder dos investigadores do Ministério Público, Cláudio Melo Filho diz ter condições de provar como dinheiro ilegal irrigou as campanhas eleitorais de Geddel Veira Lima e do senador Romero Jucá. Em relação a Moreira Franco, que não foi candidato em 2014, o dinheiro é apresentado mesmo como propina que foi para os bolsos do próprio peemedebista, mas alega que o projeto do novo aeroporto foi arquivado por razões unicamente técnicas.

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