Ainda irritado com a ofensiva do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra si e outros congressistas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abandonou a estratégia de constrangê-lo com a ameaça de deflagrar um processo de impeachment e decidiu resgatar um projeto de lei que pode atingir a atuação do Ministério Público.
Após ter feito ataques diretos ao trabalho do procurador e ameaçar com o impedimento, Renan quer definir punições para autoridades que praticarem abusos.
O peemedebista iniciou a investida contra Janot pouco tempo depois de o Supremo Tribunal Federal ter negado o pedido de sua prisão, feito justamente pelo procurador no âmbito da Operação Lava Jato.
Aliados de Renan, inclusive o presidente interino, Michel Temer, no entanto, o desaconselharam a prosseguir com a ameaça de abrir um processo por duas razões.
A primeira é que os pedidos apresentados são, em sua maioria, fracos juridicamente para sustentar o caso.
A segunda é que um processo como este geraria desgastes para o governo Temer, que teria que gerenciar a acusação de que estaria agindo para interferir no andamento da Lava Jato.
Até agora, foram apresentados 11 pedidos pelo impedimento definitivo de Janot. O último foi protocolado no Senado na última quinta (30).
Destes, Renan já havia arquivado quatro. Os demais foram enviados para a advocacia-geral do Senado. O peemedebista tem dito que precisa de um parecer do órgão para decidir sobre os pedidos, mas aliados dizem que sua estratégia é deixar que o assunto seja esquecido, já que não há prazo para que os advogados da Casa deem alguma resposta.
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