segunda-feira, 30 de novembro de 2015

'Perplexa' com prisão de Delcídio, Dilma diz que não teme delação

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (30), em Paris, que ficou "perplexa, extremamente perplexa" com a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) na última semana, sob suspeita de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e que não teme uma eventual delação premiada do parlamentar.

"Fiquei perplexa, extremamente perplexa. Eu não esperava que isso acontecesse, ninguém esperava", afirmou quando questionada pela Folha nos corredores da conferência sobre o clima COP21. "Não tenho nenhum temor em relação a uma delação do senador Delcidio", afirmou depois.

Em entrevista coletiva, Dilma ainda negou ter indicado Nestor Cerveró para a diretora da Petrobras. Em depoimento à Polícia Federal, Delcídio diz que a escolha de Cerveró, preso na Operação Lava Jato, passou pela presidente.

"Não indiquei o Nestor Cerveró. Eu acho que o senador Delcídio se equivoca", afirmou Dilma, em resposta a uma pergunta da Folha. "Não tenho relação com Cerveró", ressaltou, pouco depois.

A presidente frisou ainda que não tem relação com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, também preso na semana passada. "Conheço-o muito pouco", afirmou.

As declarações foram dadas por Dilma minutos antes de passar por uma saia-justa na COP21. Após participar de um evento com alguns líderes numa área mais afastada do local da conferência, entre eles o presidente americano Barack Obama, a presidente foi impedida de caminhar de volta para o saguão principal da conferência.

Um funcionário barrou Dilma e se recusou a abrir o portão para sua comitiva. Incomodada com o episódio, ela passou alguns minutos ao ar livre até chegar um ônibus que levasse de volta ao centro da conferência sua comitiva e o grupo de jornalistas, entre eles a reportagem da Folha, que a acompanhava na reunião.

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