segunda-feira, 5 de outubro de 2015

30% dos poços perfurados este ano no Ceará estavam sem água

Em 2015, 438 poços profundos já foram perfurados no Ceará. Principal alternativa de abastecimento para pelo menos 42 municípios, esse tipo de ação ainda não é garantia de sucesso: 132 dos poços feitos este ano estavam secos na perfuração - 30% do total. Os que tiveram êxito apresentaram vazão menor do que a demanda emergencial. Isso porque, no sertão, o solo é prioritariamente rochoso. E essa área representa 70% do território do Estado.

Assim, a reza do sertanejo, quando não é para água do céu, passa a ser pela possibilidade de ela vir do chão. E é preciso enfrentar a secura do solo, a necessidade de energia elétrica e o alto teor de sal para consumi-la.

Estudos geofísicos para locação de poços são realizados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), priorizando áreas com maior criticidade de abastecimento. O último resultou em 375 locações em 45 municípios. O mapeamento é feito por geólogos, que utilizam imagens aéreas e de satélite para verificar se há as chamadas fraturas no subsolo. “Como o embasamento cristalino é formado por rochas, só é possível encontrar água onde ela consegue se infiltrar, nas fraturas entre as pedras”, explica o diretor de Planejamento da Cogerh, Ubirajara Patrício.

Saber a vazão de cada poço é a próxima etapa da busca por água. A demanda emergencial do Ceará é de uma vazão média de 2.845 metros cúbicos de água por hora (m³/h), em todos os poços. A extração, porém, só chega a 1.201 m³/h.

O POVO Online

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