Em 2015, 438 poços profundos já foram perfurados no Ceará. Principal alternativa de abastecimento para pelo menos 42 municípios, esse tipo de ação ainda não é garantia de sucesso: 132 dos poços feitos este ano estavam secos na perfuração - 30% do total. Os que tiveram êxito apresentaram vazão menor do que a demanda emergencial. Isso porque, no sertão, o solo é prioritariamente rochoso. E essa área representa 70% do território do Estado.
Assim, a reza do sertanejo, quando não é para água do céu, passa a ser pela possibilidade de ela vir do chão. E é preciso enfrentar a secura do solo, a necessidade de energia elétrica e o alto teor de sal para consumi-la.
Estudos geofísicos para locação de poços são realizados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), priorizando áreas com maior criticidade de abastecimento. O último resultou em 375 locações em 45 municípios. O mapeamento é feito por geólogos, que utilizam imagens aéreas e de satélite para verificar se há as chamadas fraturas no subsolo. “Como o embasamento cristalino é formado por rochas, só é possível encontrar água onde ela consegue se infiltrar, nas fraturas entre as pedras”, explica o diretor de Planejamento da Cogerh, Ubirajara Patrício.
Saber a vazão de cada poço é a próxima etapa da busca por água. A demanda emergencial do Ceará é de uma vazão média de 2.845 metros cúbicos de água por hora (m³/h), em todos os poços. A extração, porém, só chega a 1.201 m³/h.
O POVO Online
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