sábado, 21 de março de 2015

Impunidade estimula corrupção e prejudica combate aos desvios

Image-0-Artigo-1819759-1O anúncio do pacote contra a corrupção feito pela presidente Dilma Rousseff no meio da semana é mais uma tentativa de afastar o problema da esfera política, mas sociólogos e cientistas políticos analisam que a questão é mais profunda. Além da formação da sociedade brasileira, a competitividade existente em diferentes âmbitos ampliam os riscos para a prática de atos corruptos, transformando a questão em algo inerente ao ser humano e exigindo reflexões mais amplas sobre como é possível mudar esse cenário.

Em cerimônia no Planalto, a presidente Dilma Rousseff apresentou os detalhes de um pacote enviado ao Congresso Nacional para tentar combater o problema da impunidade contra crimes de corrupção.

As principais medidas estabelecem a criminalização da prática de caixa dois; aplicação da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos de confiança no Governo Federal; alienação antecipada dos bens apreendidos após atos de corrupção; responsabilização criminal de agentes públicos que não comprovarem a obtenção dos bens; e confisco de bens dos servidores públicos que tiverem enriquecimento incompatível com os ganhos.

No entanto, o cientista político Ernani Carvalho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirmou ser possível reduzir o problema da corrupção, mas é impossível acabar por ser inerente ao ser humano.

"É uma questão de tirar o melhor proveito de uma situação. Muitas vezes, por não estar saciado com o que tem, o ser humano vai buscar meios ilícitos para alcançar seus objetivos, seja recursos financeiros ou outros objetivos", frisou.

Ernani Carvalho alertou também para a existência de um cinismo social quanto à corrupção. "Há um grau de cinismo social, mas o comportamento deles no dia a dia, furando filas, passando na faixa de pedestre, também é um erro de conduta", analisou.

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