Um estudo do Tribunal de Contas da União (TCU) revela que beneficiários do Bolsa Família transferiram cerca de R$ 3,7 bilhões para empresas de apostas online apenas em janeiro de 2025. Os gastos mostram ainda mais empobrecimento da população.
O valor representa 27% de todo o montante pago pelo programa naquele mês e foi identificado a partir do cruzamento de dados do Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério da Fazenda e Banco Central.
EMPOBRECIMENTO
O Banco Central não revelou os gastos por cada estado, mas o dinheiro despejado nas plataformas de jogos mostra mais empobrecimento da população, a exemplo do que acontece com milhares de cearenses.
Mesmo com esses números elevados, o Ministério da Fazenda ampliou, por mais 30 dias, o prazo para as plataformas se adaptarem às regras que barrem o uso do CPF dos beneficiários do Bolsa Família e das pessoas que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
COMPROMETIMENTO DO ORÇAMENTO
A investigação foi motivada pela preocupação de que parte do benefício social estivesse sendo usada para jogos de azar, comprometendo o orçamento das famílias e desviando o propósito do programa, criado para garantir segurança alimentar e inclusão social.
Segundo o TCU, o fenômeno apelidado de “cassino no bolso” vem aumentando o endividamento das famílias mais pobres, com reflexos diretos sobre a saúde mental e a estabilidade financeira de milhões de brasileiros.
Os dados se referem a janeiro, mas o problema já havia levado o Ministério da Fazenda a publicar, em setembro de 2025, uma Instrução Normativa exigindo que as plataformas de apostas online verificassem se seus usuários são beneficiários do Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
As empresas devem bloquear novos cadastros, encerrar contas existentes e devolver os valores depositados por esses usuários.
Os dados do Banco Central apontam que, quanto maior o avanço das “bets”, mais pobre fica a população vulnerável que tem a proteção do Bolsa Família e do BPC – auxílio de um salário mínimo pago a idosos acima de 65 anos de idade e a pessoas com deficiência de baixa renda.
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