O Vaticano anunciou hoje os horários aproximados do fim das votações do conclave, que começa amanhã. Primeira fumaça deve aparecer após as 19h (14h, no horário de Brasília) na chaminé da Capela Sistina.
Queima dos votos revela fumaça, sinalizando se o novo papa já foi escolhido. No primeiro dia, há somente uma rodada de votos e, por isso, deve aparecer o resultado no início da noite, no horário local. A previsão foi feita pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, que explicou o passo a passo e disse que primeira fumaça "não será antes" das 14h.
No primeiro dia, os cardeais são confinados na Capela Sistina por volta de 16h30 (11h30 no Brasil). Antes de indicarem um nome, eles participam de uma meditação conduzida pelo cardeal Raniero Cantalamessa e fazem o juramento solene: "Prometo e juro, assim que Deus me ajude e os Santos Evangelhos me guiem".
A partir de quinta-feira, as fumaças aparecem duas vezes ao dia. Pela manhã, por volta das 10h30 (5h30 no Brasil), se houver eleição, ou ao meio-dia (7h). À tarde, pode ser às 17h30 (se branca) ou por volta das 19h.
Detalhes foram fechados após a última reunião das congregações gerais que antecedem o conclave. Estiveram presentes 173 cardeais, sendo 130 dos 133 eleitores, e foram feitas 26 intervenções ao longo da manhã.
Encontro formalizou o cancelamento do Anel do Pescador e do Selo de chumbo. Esses ritos simbolizam, oficialmente, o fim de um pontificado e a espera por um novo Papa.
O que acontece se não houver consenso?
Caso não haja um consenso até o quarto dia de votação, é feita uma pausa para oração e diálogo entre os eleitores. A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas podem ser feitas no sétimo e décimo dia.
Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda. Nesse caso, a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços.
Continuidade às reformas de Francisco
Entre os temas centrais da reunião de hoje dos cardeais, estava a continuidade das reformas iniciadas pelo papa Francisco. Religiosos falaram sobre combate aos abusos, transparência financeira, descentralização da Cúria Romana. A promoção da sinodalidade, além de um papel ativo da Igreja na construção da paz e o cuidado com o planeta. Houve ainda reflexões sobre temas internos, como o papel dos cardeais, o poder do papa, as tensões dentro da Igreja e a necessidade de encontros mais significativos do Colégio Cardinalício
Também se falou sobre o papel da Igreja diante das mudanças climáticas, cada vez mais vistas como uma urgência espiritual e ética. O ecumenismo, o Concílio de Niceia e a busca por uma data comum para a Páscoa também entraram na pauta.
A manhã foi encerrada com a leitura de um apelo dos cardeais às nações em conflito. Eles fizeram um pedido de cessar-fogo permanente e de negociações capazes de construir uma paz justa, com base no respeito à dignidade humana.
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