segunda-feira, 5 de abril de 2021

Nas UTIs de Covid, prática de contenção se espalha e pacientes intubados são amarrados às camas

A superlotação de UTIs com leitos para Covid-19 intensificou a adoção de uma prática arcaica nesses ambientes hospitalares: a amarração às camas dos dois braços de pacientes intubados, como forma de evitar uma reação agressiva e danosa no momento de retomada da consciência.

A prática é chamada de contenção mecânica. Embora esteja longe de ser considerada recomendável ou mesmo aceitável por especialistas em medicina intensiva, é usual há anos em UTIs, segundo três intensivistas ouvidos pela Folha.

O método acaba sendo usado para evitar prejuízos graves à saúde dos pacientes. É um mal necessário, segundo os médicos. A pandemia, por um conjunto de fatores, tornou a contenção ainda mais usual em UTIs.

A Folha obteve fotos e vídeos de pacientes com as mãos amarradas aos leitos no Hospital de Campanha Zona Leste, conhecido como Cero, em Porto Velho. As imagens mostram pacientes intubados e se movimentando lentamente, com os dois braços atados com panos às bordas das camas hospitalares.

Folha de S.Paulo

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