sexta-feira, 12 de março de 2021

Sob influência de filho e aliados, Bolsonaro adapta discurso para evitar perda de apoio de empresários

A recente repaginação do discurso de Jair Bolsonaro e a adoção de uma retórica pró-vacina tiveram como um de seus principais idealizadores o filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e foi motivada, entre outros pontos, pelo temor de uma perda de apoio empresarial ao governo.

Bolsonaro vem recebendo nas últimas semanas conselhos de que é preciso se livrar da imagem de negacionista da pandemia, que já passou de 2.000 mortos por dia, e dar uma guinada em defesa da ampla imunização contra o coronavírus.

O diagnóstico —também feito pelo ministro Fábio Farias (Comunicações) e pelo novo chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), almirante Flávio Rocha— foi reforçado diante da inesperada reabilitação dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), potencial nome para disputar as eleições de 2022 contra Bolsonaro.

Auxiliares do presidente ressalvam, porém, que há limites para a mudança de retórica de Bolsonaro —e que ela não atinge as críticas ao isolamento social e às políticas adotadas por governadores.

Exemplo claro foi a live do presidente na noite desta quinta-feira (11). Por mais de uma hora, ele atacou governadores e o ex-presidente Lula entre mentiras e menções às Forças Armadas.

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