quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Suspensão de compras de seringa gera reações de prefeitos e governadores no País

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quarta-feira (6), que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas até que os preços "voltem à normalidade", e que estados e municípios têm estoques suficientes para o início da vacinação contra a Covid-19. A declaração do foi contestada por prefeitos. Governadores também manifestaram preocupação com insumos para a vacinação, como equipamentos de proteção individual a serem usados por profissionais de saúde nos estados.

"Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam", justificou o presidente. "Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande", escreveu Bolsonaro em uma rede social.

Na semana passada, licitação do Ministério da Saúde para a compra de 331,2 milhões de seringas e agulhas só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades. As empresas reclamaram que os preços pagos pelo Governo estavam abaixo dos praticados no mercado.

A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) rebateu o presidente e disse que as seringas e agulhas de que os municípios dispõem destinam-se a procedimentos variados, inclusive vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI).

Governadores também questionaram o Ministério sobre a garantia de insumos para a vacinação. A cobrança foi feita em reunião anteontem. Os gestores levantaram dúvidas sobre a disponibilidade de seringas e equipamentos de proteção individual.

Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que levaria as questões ao ministro Eduardo Pazuello. "Pedimos a apresentação de um cronograma em que tenhamos a informação precisa de quando podemos começar a vacinação no Brasil", afirmou.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que fará novas licitações e que o pregão fracassado seria apenas a "primeira parte" da negociação. "O resultado não é final e sim da primeira parte, por isso terão novos certames, outros pregões, como previsto em lei", diz o texto. 

Diário do Nordeste

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