quinta-feira, 23 de julho de 2020

50,3 mil investidores cearenses podem passar a ser tributados

Pelo menos 50,3 mil investidores cearenses poderão passar a ser tributados por suas transações na Bolsa de Valores e em títulos de renda fixa ligados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A taxação seria um dos pontos da proposta de reforma tributária do Governo Federal.

A ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, é criar um imposto semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), com alíquota entre 0,2% e 0,4%. Além das transações financeiras de um modo geral, a nova tributação, a ser discutida na segunda fase da reforma, abrangeria também movimentações na Bolsa de Valores e aplicações em títulos atrelados ao CDI.

O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Luís Eduardo Barros, aponta que a taxação inviabilizaria totalmente a operação. "Seria melhor fechar a Bolsa logo. Não tem sentido. Os investidores compram e vendem ações diariamente. Não tem como a valorização superar a alíquota todo dia", ressalta.

Barros aponta que outra opção mais viável seria a tributação na primeira aplicação na Bolsa, mas não em todas as movimentações. "Mas acredito que isso seja uma interpretação equivocada. Ainda não foi apresentada essa parte da proposta e o que se falou até agora foi de taxação sobre os pagamentos. A equipe econômica é experiente e não trouxe nenhum absurdo para essa primeira fase. Acredito que eles saibam que é inviável", argumenta ele.

Diário do Nordeste

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