sexta-feira, 15 de maio de 2020

Indústria do Ceará levará anos para retomar patamar de produção

O tombo de 21,8% na produção industrial do Ceará em março - primeiro mês no qual as medidas de isolamento social e fechamento parcial de empresas fora da lista das essenciais - deve se agravar em abril, persistir em maio e levará até anos para ser recuperado, segundo avalia o assessor econômico da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Lauro Chaves Neto.

"Estávamos com muitos setores ainda de forma cambaleante ou tentando recuperar e, com a crise do coronavírus, esta situação ficou ainda mais drásticas que levará meses e alguns setores talvez anos para se recuperar patamar de produção industrial de antes da recessão, um patamar que tem referência os anos de 2010 e 2011, que levará muito tempo para se recuperar", analisou.

A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial em todo o Brasil no mês de março. Foi a primeira vez em oito anos que todos os 15 locais pesquisados apresentaram queda, segundo divulgou hoje (14) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Ceará, que atingiu a marca de mais de 21 mil infectados pela Covid-19, teve o maior recuo industrial, com queda de 21,8% ante fevereiro, considerando a série com ajuste sazonal para o período.

Segmentos

Especificamente no Ceará, os destaques negativos da pesquisa ficaram por conta da produção dos itens Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-28,2%) e Fabricação de produtos têxteis (-26,3%).

Mas Lauro Chaves aponta, "como uma paralisação quase que integral, a construção civil, calçados, têxtil, confecção, mineração e móveis".

"Devido a essa drástica redução que impactou todos esses setores, a recuperação da indústria cearense será muito lenta. Vale ressaltar que estávamos, no fim de 2019 e início de 2020, no início da recuperação ainda da recessão de 2014 a 2016", reforça o assessor econômico da Fiec.

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