quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ceará tem 115 profissionais de enfermagem para cada 100 mil habitantes; agentes acumulam marcas faciais e psicológicas

Até esta terça-feira, 12, quando foi comemorado o Dia Internacional da Enfermagem, o Ceará conta com 115 profissionais dessa área para cada 100 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma proporção pequena, que pode tornar ainda mais difícil a atuação desses profissionais na linha de frente do combate ao novo coronavírus, a Covid-19, no Estado. Com plantões exaustivos e a distância de familiares, agentes acumulam marcas faciais e psicológicas.

Patricia Pantoja, enfermeira assistencial da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac/UFC), atua há 13 anos na profissão e pela primeira vez é obrigada a cumprir rituais de higiene tão “rigorosos e cansativos”. Atuando na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) destinada a pacientes com a Covid-19, a profissional utiliza máscaras, luvas de cano longo, capacete transparente e óculos de proteção. O material, que é necessário devido à alta transmissibilidade do vírus, deixa “marcas nasais” e pesa no corpo, fazendo com que o plantão de 12 horas pareça ainda mais extenso.

“É bastante cansativo, mas a gente não pode brincar com a possibilidade de não fazer só porque cansa”, afirma a enfermeira. Paramentada, Patrícia atende os pacientes na UTI com a esperança de que eles melhorem, defendendo a ideia de que estar na unidade não significa o “fim”, apesar de já ter presenciado a morte de alguns pacientes. “Não é nada fácil. É uma sensação de frustração, de que você não conseguiu fazer o que tinha que fazer”, desabafa a profissional.

Ao contrário de Patrícia, a enfermeira Ivanise Freitas afirma não ter presenciado a morte de pacientes que estavam sob seus cuidados, mas sim uma melhora no quadro de saúde deles. Há dois meses atuando no Hospital Leonardo da Vinci, construído para atender casos da doença, a enfermeira afirma que a evolução positiva dos paciente a deu esperança, fazendo com que ela acreditasse e trabalhasse para garantir um “novo recomeço” aqueles que estão internados.

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