segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Na agropecuária do Ceará, o leite já é uma moeda de referência

No Oeste da Bahia, a soja é um produto tão importante para a economia regional, que virou moeda de referência em transações comerciais: um hectare de terra naquela região equivale – dependendo de sua localização - até 600 sacas de soja.

No Vale do Jaguaribe, aqui no Ceará - revela o agrônomo Zuza de Oliveira, consultor em agropecuária - o leite já se transformou em moeda de referência na compra de novilhas e vacas leiteiras.

Tudo de forma desburocratizada, graças a uma operação que envolve a indústria de lacticínios Betânia, seus fornecedores de leite e a fazenda Flor da Serra. A primeira compra o leite dos segundos, enquanto a terceira fornece as novilhas que repovoam o rebanho leiteiro, muito reduzido pela baixa pluviometria dos últimos sete anos.

Noves fora o dificílimo e caro crédito bancário, esse arranjo produtivo surge como a melhor e mais promissora das inovações na pecuária cearense.

A primeira transação registrou-se há 15 dias, quando 56 novilhas prestes a parir foram fornecidas pela fazenda Flor da Serra a 16 pequenos produtores de leite de Quixeramobim, Morada Nova, Limoeiro, Ibicuitinga, Alto Santo, Piquet Carneiro e São João do Jaguaribe.

Cada novilha, selecionada pelos produtores, foi negociada pelo equivalente a 4.250 litros de leite.

Os produtores assinaram com a Betânia um contrato que prevê o pagamento do débito ao longo de 20 quinzenas, tendo dois meses de carência, tempo em que as novilhas estarão paridas e produzindo no mínimo 15 litros de leite por dia, cada uma.

“Por meio desse contrato, o produtor autoriza a Betânia a descontar, quinzenalmente, quando do pagamento do seu boleto de leite fornecido, 212,5 litros de leite até liquidar a conta. O valor correspondente a esse leite será repassado pela Betânia à fazenda Flor da Serra, fornecedora das novilhas”, explica Zuza de Oliveira.

Diário do Nordeste

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