segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Após três derrotas consecutivas o Ceará tem queda de desempenho e preocupa na Série A

Para se manter na Série A do Brasileiro, não é permitido ficar sem pontuar por muito tempo. O Ceará conhece a receita e, por isso, precisa ligar o alerta com as três derrotas consecutivas - para São Paulo, Flamengo e Athletico/PR. Hoje, com 20 pontos somados na competição (ver classificação na página 36), a permanência fora da zona ainda existe na 18ª rodada, mas requer uma reação para se distanciar do grupo que cai de divisão.

A sequência negativa não é inédita, ocorreu também contra Cruzeiro, Atlético/MG e Goiás. O que muda no novo momento é a falta do principal alento de Enderson Moreira: desempenho. Na época, o treinador tinha o discurso de que o time criava muitas chances de gol e faltava aparar arestas para galgar melhores resultados nos jogos.

As últimas partidas, no entanto, têm mostrado um plantel Alvinegro com poucos recursos para reagir durante os confrontos. Diante do Furacão, sábado (31), o comandante reconheceu falhas na estratégia ofensiva durante o revés por 1 a 0 na Arena da Baixada.

"Viemos com o propósito claro de não ficar errando bola atrás para eles não saírem contra-atacando. Alongamos a bola mesmo, foi algo que a gente pensou para não ficar dando oportunidade naquilo que eles têm de muito bom, que é essa pressão. Tivemos algumas bolas paradas que poderíamos ter definido. Então, acho que escapou, talvez, na tomada de decisão no último terço", analisou.

Falhas defensivas

Em que pese os resultados recentes, o Vovô foi vazado em todas as seis partidas passadas, incluindo gols nos acréscimos. A equipe também não marca há três jogos e vê peças importantes do time titular se lesionarem, como o zagueiro Luiz Otávio - que se recupera de uma entorse no tornozelo direito. Apesar do panorama ruim, as soluções podem estar dentro do próprio clube. É visível como o time depende da armação de Ricardinho ou dos arremates de Thiago Galhardo para construir um bom jogo. O que evidencia um apreço pelo individualismo em detrimento do trabalho coletivo.

Atacante de referência do Vovô no Brasileirão, Felippe Cardoso é o maior símbolo disso ao perder a bola sete vezes por jogo. A equipe, inclusive, é a líder no fundamento negativo, com média de 35 jogadas desperdiçadas em cada partida realizada.

Tentando impor uma maneira de atuar em casa e adotando outra filosofia longe do torcedor, os duelos contra Corinthians e Botafogo são fundamentais para a equipe definir novo patamar de atuação.

O esquema fixo 4-2-3-1 tem chegado ao limite e abre brechas para perspectivas táticas distintas, como, por exemplo: adoção de dois centroavantes; uso de três volantes e até a escolha de Galhardo como falso 9 de fato.

Além de mexer, a tomada de decisão da comissão técnica precisa ser realizada com mais agilidade. Sofrendo gols ainda no primeiro tempo nas três últimas rodadas, Enderson guarda substituições para os 10 minutos finais, o que diminui o tempo de reação do time com a peça vinda do banco de reservas.

Das 27 substituições que fez durante jogos em que foi derrotado no Brasileirão, apenas sete foram até os 15 minutos do 2º tempo, enquanto 11 ocorreram após os 35 da segunda etapa. São números que denotam um apreço pela manutenção da filosofia de jogo, o que resulta em mudanças tardias como contra o Flamengo, quando o placar já estava 2 a 0 e o Vovô tentou colocar fôlego novo aos 35 e 42 minutos.

Vale ressaltar que o Ceará só conseguiu virar um resultado na elite. Pela 6ª rodada, diante do Avaí, a equipe sofreu um gol e marcou dois na Ressacada, no que foi a única vitória alvinegra fora de casa em oito partidas - perdeu seis, empatou um, com aproveitamento de 16,7%.

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