terça-feira, 27 de agosto de 2019

Bolsonaro recua e diz que Brasil pode aceitar ajuda de R$ 83 milhões se Macron retirar insultos

O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta terça-feira, 27 que pode reconsiderar decisão da véspera e aceitar a ajuda emergencial do G-7 caso o presidente da França, Emmanuel Macron, retire "insultos" contra ele e a ideia de que a internacionalização da Amazônia está "em aberto". Bolsonaro não demonstrou, no entanto, qualquer intenção de pedir desculpas à primeira-dama francesa, Brigitte. Na segunda-feira, 26, o Palácio do Planalto informou oficialmente que vai recusar os 20 milhões de euros anunciados por Macron em nome dos países que formam o G-7.

"Primeiramente, o seu Macron tem que retirar os insultos que fez a minha pessoa. Ele me chamou de mentiroso. E, depois, informaram, que a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar", declarou Bolsonaro. "Primeiro, ele retira. Depois, oferece ajuda. Daí eu respondo", reforçou.

Bolsonaro questionou até mesmo anúncio oficial feito pelo Palácio do Planalto com a recusa dos recursos do G-7 pelo Brasil. "Eu falei isso? Eu falei? O presidente Bolsonaro falou?" reagiu. Indagado se ainda cogita receber a quantia, ele falou que a imprensa "vai ter uma surpresa hoje" na reunião que ele fará com governadores da região amazônica, no Palácio do Planalto, às 10h. "Tudo tem um preço. Eu disse há poucas semanas que estavam comprando à prestação a Amazônia. Vocês vão ter a resposta."

Após dois minutos de entrevista, Bolsonaro encerrou a conversa com jornalistas nesta terça por causa de perguntas sobre um possível pedido de desculpas à primeira-dama francesa. Ele disse que não colocou a foto que zombava Brigitte e justificou que pediu para o responsável não "falar besteira".

"Eu não coloquei aquela foto, alguém que colocou a foto lá e eu falei para não falar besteira. Não queiram falar da questão familiar porque na questão familiar, pessoal, eu não me meto. Sempre respeito o cara para não entrar nessa área", disse.

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