segunda-feira, 1 de julho de 2019

SAAE de Iguatu inicia construção de reservatório no Aquífero do Julião

O aquífero descoberto em Iguatu será alternativa de abastecimento para atender a população, por causa da escassez hídrica que enfrenta a região. O baixo volume de chuvas no período de inverno na região Centro-Sul cearense não contribuiu com recarga do açude Trussu, que está com apenas 3% da capacidade. Mediante este quadro crítico, a cidade passará a ser abastecida por poços da área de captação na margem do Rio Jaguaribe e com reforço do aquífero.

No sítio Julião, distante cerca de 4km da sede, o ritmo de trabalho está acelerado. Tudo para que o reservatório seja concluído o quando antes. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, depois de pronto o equipamento vai receber as águas de três poços do aquífero do Julião e reforçar o abastecimento de Iguatu. “Vai ser reservatório grande, terá 12 metros de comprimento, por 6 metros de largura e 4 metros de altura, com capacidade para armazenar 280 mil metros cúbicos de água. A construção está sendo em um local estratégico próximo aos poços e da adutora que traz água do açude Trussu de onde será interligado. Daqui a água desce para a ETA – Estação de Tratamento no Cocobó”, explica Edval Lavor, superintende do SAAE de Iguatu, ressaltando ainda que a obra está bem adiantada. Já foi solicitada também a instalação de uma Subestação de energia elétrica que impulsionará a água até a ETA.

Os trabalhos não deixam de ser uma corrida contra o tempo, porque o açude Trussu que abastece Iguatu e Acopiara está apenas 3% de capacidade. “Com esse baixo volume, o abastecimento das cidades fica cada vez mais comprometido. Isso porque a água perde cada vez mais qualidade. Em Iguatu, são necessários pelo menos 700 mil litros de água por hora para abastecer a sede”, afirma Edval, explicando que o reforço para abastecer Iguatu está nos vindo dos poços na Área de Captação do SAAE na Vila Neuma, nas margens do Rio Jaguaribe, que receberá também uma nova adutora com cerca de 1.500 metros até a ETA do Cocobó.

A expectativa é que a água do aquífero comece a abastecer Iguatu logo que concluída a obra, isso a partir de agosto. Os poços do aquífero devem fornecer mais de 350 metros cúbicos de água por hora. Segurança hídrica para Iguatu, a partir do segundo semestre do ano.

O aquífero

De acordo com estudos geológicos realizados pela equipe técnica da Prefeitura de Iguatu, foi atestada a existência do aquífero. É uma formação recente geologicamente com cerca de dois milhões de anos. Apresenta material arenoso, cascalho orgânico, argila e um depósito com vasto lençol freático. “É surpreendente. Os estudos apresentaram capacidade maior do que a gente imaginava. O que é mais interessante é que até perfura uma vasta camada de areia, tem uma camada muito grande de argila antes de chegar à água. Serve de proteção de barreira natural contra a poluição. Eu costumo dizer que temos ali em baixo um outro Trussu, tem muita água, só que com a vantagem que não evapora. Por isso teremos essa garantia para abastecimento”, destaca Francisco Pereira da Silva, prático e técnico da Secretaria de Agricultura e Pecuária de Iguatu.
No sítio Julião, distante cerca de 4km da sede, o ritmo de trabalho está acelerado
Pelé, como é conhecido, trabalha na perfuração de poços há mais de vinte anos e acompanhou desde o início as primeiras descobertas do aquífero do Julião. Ele ressalta que o que vem sendo apresentado pelos técnicos é surpreendente, quando os levantamentos apontam o potencial que tem essa reserva de água encontrada. “Essa é uma região rica em água e água boa. Está entre dois rios, Jaguaribe e Trussu, e o melhor que é não contaminada por capa rosa (dióxido de ferro) que dá aquele tom amarelado na água”, afirma pela experiência que tem na área, ressaltando os estudos geofísicos realizados asseguram que a região sempre foi favorável à existência de água subterrânea em abundância.

Ainda segundo o SAAE, seis poços perfurados na região do Aquífero apresentaram durante testes de vazão de pelo menos 24 horas uma liberação regular média de 100 mil litros por hora. Os poços rasos foram perfurados em uma distância média de 150 metros de distância um do outro com cerca de 18 metros de profundidade. Além de um poço piloto com 26 metros de profundidade, onde também foi encontrada grande quantidade da água.

Quanto à qualidade da água, o SAAE atesta que é excelente e, segundo os testes laboratoriais demonstraram, apta ao consumo humano. Os estudos apontam ainda que a extensão do aquífero por ir bem mais longe com extensão que abrange outras cidades vizinhas a Iguatu, quando cerca de 70% do município está sobre a grande reserva hídrica.

Jornal A Praça

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