quinta-feira, 25 de julho de 2019

Abalos sísmicos registrados no Ceará, neste ano, já superam os de 2018

Os mais de 100 abalos sísmicos registrados na madrugada dessa quarta-feira (24) nos municípios de Quixeramobim, Madalena e Boa Viagem, de magnitude variada entre 0.7 e 2.5 graus na Escala Richter, refletem a alta quantidade de tremores observados no Ceará ao longo deste ano. De acordo com dados do Laboratório de Sismologia (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), até ontem, haviam sido verificados 2.300 tremores de terra. O número já é superior aos dois mil abalos sísmicos verificados em todo o ano passado.

Somente nos últimos 120 dias, mais de 800 tremores foram registrados no chamado tríplice limite entre Quixeramobim, Madalena e Boa Viagem, onde ocorreu o mais intenso na madrugada de ontem (24), às 2h46, de 2,5 graus na Escala Richter. Até o momento, o fenômeno não deixou nenhuma vítima. Porém, há registros de rachaduras em diversos imóveis na região do Sertão Central, uma das que concentra o maior número dos abalos do Estado. O geofísico do LabSis, Eduardo Menezes, explica que "a região apresenta áreas que são consideradas sismicamente ativas", por isso, concentra a maior parte dos tremores de terra.

O aumento na quantidade de abalos, no entanto, não possui, ainda segundo Menezes, uma explicação efetiva. "O número está associado ao próprio mecanismo da natureza. Portanto não tem como mensurar ou explicar a razão de um ano ser superior ao outro. Mas, com o maior mapeamento das chamadas falhas sismogênicas consequentemente conseguimos registrar mais abalos", pontua.

O chefe do Núcleo de Sismologia da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (Cedec), Francisco Brandão, reforça que os abalos, apesar de serem recorrentes, "são imprevisíveis", não sendo possível identificar ou antever um tremor de terra. De acordo com a Cedec, já foram registrados tremores em 52 dos 184 municípios cearenses.

Entretanto, Eduardo Menezes adverte que muitos dos tremores computados não são sentidos pela população. "Desde 18 de março passado que estamos registrando atividade na região de Quixeramobim, mas a maioria, cerca de 90%, não é perceptível". O professor da UFRN observou, portanto, que a população não deve ficar assustada. "Não há motivo para pânico e a Defesa Civil do Ceará está dando toda orientação aos moradores".

Cuidados

Embora imprevisíveis, especialistas ponderam ser possível se precaver durante os tremores de terras. Brandão elenca algumas medidas de segurança a serem adotadas durante os abalos sísmicos, que duram, em média, de um a dois minutos. "É importante buscar abrigo em vãos de portas, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama. Também não é aconselhado usar elevadores ou ficar próximo de fiação e objetos elétricos", diz, ao acrescentar que "a Defesa Civil distribui cartilha, faz reuniões, orienta moradores, professores e alunos.

Casos os abalos persistam, a Defesa Civil orienta que o morador saia de casa e procure áreas livres, como um campo de futebol, por exemplo.

Causas

Segundo o Laboratório de Sismologia da UFRN, os tremores ocorrem devido a fossas subterrâneas que estão constantemente em atividade sismológica.

As fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no Oceano Atlântico, que ligam a América do Sul ao continente africano. Os tremores também podem estar relacionados à atividade sismológica das placas tectônicas.

DN Online

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