segunda-feira, 10 de junho de 2019

PSD, Domingos e 2022

Carregou bastante peso simbólico a presença do senador Cid Gomes (PDT) em evento de filiações do PSD realizado ontem em Fortaleza. Confirmando mais uma vez a reaproximação entre os grupos políticos dos Ferreira Gomes e do ex-deputado Domingos Filho (PSD), o evento também sinalizou novo tamanho do PSD dentro do arco de alianças do Estado. Antes renegado a uma posição de menor destaque entre os partidos que compõem a base do governo Camilo Santana (PT) no Legislativo, a sigla comandada por Domingos parece hoje seguir para ocupar posição de destaque semelhante à que o MDB de Eunício Oliveira já ocupou em governos passados.

Neste sentido, se destacam filiações de peso para o contexto político local, como dos prefeitos de Caucaia, Naumi Amorim, e Iguatu (antes no MDB), Ednaldo Lavor (antes no PDT). Atualmente, o partido possui ainda duas deputadas na Assembleia Legislativa: Érika Amorim, esposa de Naumi, e Patrícia Aguiar, esposa de Domingos e muito votada em Tauá, na região dos Inhamuns. Com essa configuração, a legenda mantém considerável força em três dos principais (e maiores) colégios eleitorais do Estado.

Vale lembrar que, na disputa pela Presidência de 2018, Domingos Filho defendeu que o PSD apoiasse Ciro Gomes (PDT) no caso de um segundo turno sem Geraldo Alckmin (PSDB). Como deseja voltar a disputa pelo cargo em 2022, Ciro pode enxergar em Domingos uma possível ponte para conseguir apoios.

Com presença do presidente maior do partido, Gilberto Kassab, o PSD cearense mostrou que tem influência nacional na sigla - só resta saber até onde ela seria útil para os planos ciristas.

Migração na Câmara

Falando em filiações partidárias, os três vereadores eleitos em Fortaleza pelo PPL não seguirão os planos do partido em se fundir com o PCdoB no plano nacional. Ésio Feitosa, líder do prefeito Roberto Cláudio (PDT) na Câmara Municipal, já pediu desfiliação da sigla anterior no final de maio e deve migrar para o PDT. O direito de transferência contra a fusão foi garantido em decisão da Justiça.

Os outros dois parlamentares do PPL na Casa, Larissa Gaspar e Gardel Rolim, ainda não confirmaram quais serão seus novos destinos no parlamento local. A fusão ocorre porque o PPL não conseguiu atingir a cláusula de barreira na eleição de 2018, o que impediria o acesso dos parlamentares a recursos do Fundo Eleitoral.

Trocador obrigatório

Pauta antiga que volta e meia retorna ao Legislativo, o acúmulo de função de trocador e motorista de ônibus voltou à pauta da Assembleia. Em projeto apresentado ontem, o deputado Vitor Valim (Pros) propõe a proibição da dupla-função em ônibus em operação no Estado. "A situação da mobilidade urbana do Estado já é caótica, tendo em vista que a sociedade paga caro por um serviço inadequado, e, para piorar, tornou-se prática reiterada e absurda a não presença dos cobradores, trocadores ou agentes de bordo nos veículos durante as viagens, fazendo com que o motorista profissional acumule as funções", justifica.

A novidade da proposta é que, além da vedação, o projeto também obrigaria empresas a manter pelo menos um trocador em qualquer ônibus em circulação. Atualmente, empresas de ônibus tem expandido parcela da frota que roda sem qualquer funcionário do tipo, com o pagamento pelo serviço ocorrendo exclusivamente via bilhete eletrônico.

CARLOS MAZZA
jornal O POVO

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