segunda-feira, 29 de abril de 2019

André Fernandes quer ser candidato, diz Capitão Wagner

A posição marcada pelo presidente municipal do Partido Social Liberal (PSL), André Fernandes, de que a sigla terá candidatura própria para a disputa da Prefeitura de Fortaleza, tem uma razão: Fernandes quer ser o postulante. Quem faz a avaliação é o já pré-candidato ao posto, o deputado federal Capitão Wagner (Pros).

O presidente estadual do Pros disse ter recebido a afirmação de Fernandes, dada em entrevista ao O POVO, e também antes, em reunião entre os dois, com muita tranquilidade. A alegação de Fernandes é de que Wagner tem muitas características em comum com Jair Bolsonaro, mas o nome que o PSL apoiará na disputa eleitoral necessita ser 100% identificado com o presidente.

Neste encontro, ocorrido na última sexta-feira, Wagner descreveu que o sentimento em relação ao deputado estadual é de que ele quer, sim, ser o candidato do partido. Sobre isso ocorrer ou não, Fernandes disse ao O POVO que caberá aos fortalezenses. Declaração que não convence Wagner: "até uma semana atrás quem decidia era o Bolsonaro".

O capitão da reserva da PM adicionou ainda que sua independência em relação ao Governo Federal não deveria ser vista como problema. Se o PSL quer lançar nome próprio, diz, a responsabilidade não deveria recair sobre ele, mas porque o partido cresceu e tem direito de fazê-lo.

"Acho que o resultado das urnas deixou claro que o eleitor não quer rabo preso. Bolsonaro foi eleito justamente por conta da independência dele. Não vou mudar esse (meu) posicionamento. Se for pra perder uma eleição assim, perderei", arrematou.

Segundo disse, a decisão do PSL não o deixa desesperado, ainda mais porque não foi oficializada. Acrescentou, inclusive, que recebeu ligação do colega de Câmara dos Deputados, Heitor Freire (PSL), presidente do PSL no Ceará. Ele teria reiterado que o acordo firmado logo após a eleição do ano passado estava de pé, relata.

O trato, diz, era de que a chapa seria Pros-PSL. Assim, se mais à frente a sigla de Bolsonaro entender que cometeu um erro de avaliação, afirma o principal nome do Pros, "estaremos de braços abertos". Da minha parte não tem nada fechado para 2020. Estou conversando com muitas pessoas sérias." Os sérios citados foram Novo de Geraldo Luciano, o PSDB de Carlos Matos, o Solidariedade, de Heitor Férrer, e o Podemos, do senador Eduardo Girão. A sigla do ex-presidente do Fortaleza já é presença certa no arco que Wagner quer montar para si.

Segundo avalia Girão, qualquer partido gostaria de tê-lo como candidato, já que tem "grandes condições de ser eleito". "Irei apoiá-lo no caminho que ele escolher e estarei ao lado dele", diz o político. Se quisesse ser vice, cogita Wagner, seria bom. Pondera, contudo, que atualmente "o papel dele é lá no Senado".

Além do cenário envolvendo PSL e Pros, a tendência que se desenha é de oposição fragmentada. O provável futuro presidente do PSDB no Ceará, ex-deputado Carlos Matos, disse que o partido, inicialmente, trabalha com a ideia de encabeçar chapa.

Um "novo momento" que o partido planeja traçar a nível estadual, diz o tucano, passa por protagonismo em 2020. Da chapa PSDB-Pros, lançada em 2018 para disputar o Governo do Ceará e o Senado, apenas Girão, até então nas fileiras do Pros, conseguiu sucesso. Mayra Pinheiro, candidata ao Senado, ficou atrás do terceiro colocado e também derrotado, Eunício Oliveira (MDB).

Visando o eleitorado conservador e evangélico, há ainda a deputada estadual Dra.Silvana (PR). A parlamentar, apesar de simpática ao presidente a nível nacional, é base de Camilo Santana (PT) no plano local.

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