sexta-feira, 29 de março de 2019

Dólar chega a R$ 4,13 nas casas de câmbio no Ceará

O dólar comercial fechou em queda de 1,01%, a R$ 3,91, nesta quinta-feira, 28, após ter atingido R$ 3,95 na última quarta, o maior valor em quase seis meses. O recuo da moeda refletiu no preço das casas de câmbio em Fortaleza, que encerraram o dia com o dólar turismo no valor médio de R$ 4,12. No fim da manhã, o custo chegou a atingir o pico de R$ 4,18, mas o preço máximo encontrado foi de R$ 4,13.

As informações são do site Melhor Câmbio, que compara as cotações entre empresas que comercializam moedas estrangeiras, e de levantamento O POVO em quatro estabelecimentos que vendem a moeda norte-americana na Capital. Todos locais consultados, Ourominas, Sadoc, Fortur e La moneta, estavam praticando preços a R$ 4,13.

A volatilidade do dólar nesta semana acontece após os recentes embates entre o Governo e o Congresso Nacional, protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Rodrigo Maia (DEM). O mandatário da Câmara chegou a dizer que o pesselista estava "brincando de presidir o Brasil". Em resposta, o ex-deputado afirmou que "não existe brincadeira" de sua parte.

Os investidores têm observado tensão na política do País e, principalmente, sobre os desdobramentos da reforma da Previdência. "Com esse atrito entre os dois poderes (Executivo e Legislativo), o mercado começou a se questionar se realmente a reforma vai passar", avaliou Filipe Albuquerque, sócio-diretor da V8 Capital.

Ele acrescentou que o mercado está confiante que as novas regras para a aposentadoria serão aprovadas. "Quando gerou alguma dúvida, o efeito normal é que tenha alguma retaliação, já que você colocou em xeque o principal motivo do crescimento do Brasil". O especialista avalia que essa instabilidade da moeda norte-americana deve continuar, mas não há como dizer por quanto tempo.

No começo da sessão desta quinta, o dólar chegou a ultrapassar a casa dos R$ 4. No fim do dia, a cotação caiu para R$ 3,91. O economista Gilberto Barbosa, da Conceito Investimentos, disse que o fato de Bolsonaro ter apaziguado os atritos com Maia pode ter colaborado para a retomada da confiança do mercado.

Rafael Meyer, assessor e sócio da Conceito Investimentos, disse que outra questão que pode ter influenciado na alta foi que Paulo Guedes, ministro da Economia, "não está conseguindo coro necessário para a aprovação" da reforma da Previdência.

Bolsa
A Bolsa de Valores fechou ontem em alta de 2,7%, com 94.388 pontos. Assim que abriu, registrava 91.897 pontos. Após leve queda, os índices se recuperaram e ficaram estáveis até o fechamento.

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