quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"A crise de 2016 destruiu o sistema", diz governador Camilo Santana

Em uma sala de comando, cheia de autoridades da Segurança, o governador dava entrevista enquanto seus auxiliares ouviam com atenção. Em meio às telas gigantes com imagens das ruas, silêncio. O secretário de Segurança, André Costa, ajudava nas respostas, só com informações técnicas. Camilo admitiu a amplitude do problema. "A crise de 2016 destruiu o sistema (prisional). Tivemos que reconstruir". O governador não confirma nem nega a divisão dos presídios por facção, mas bate na mesa para dizer: "o Estado continuará sendo duro com o crime. Lá dentro e aqui fora". E classifica o toque de recolher como uma "guerra de comunicação, com fake, mentiras e informações falsas".

Veja alguns trechos:

O que motivou e quando foi a decisão de mudar a administração penitenciária?
Isso faz parte de um planejamento. Quando assumi o governo, em 2015, construí um plano. Nele constava ação na área policial, sistema no penitenciário e ação de prevenção, sociais. O plano tem esses três vieses. Passamos por uma crise grande em 2016, que destruiu o Sistema (Prisional). Passei dois anos reconstruindo, ou seja, investindo na parte de infraestrutura e construindo novas unidades.

Nesse período, fiz um novo concurso para agente penitenciário porque qualquer mudança precisava de mais gente. Dobrei o número, e agora no fim do ano tomei a decisão de que era uma área que precisava de uma intervenção mais forte do Estado. Para isso, separei a Secretaria, criei uma secretaria nova e fui buscar uma pessoa que nos ajudou aqui em 2016, fez um grande trabalho em Rio Grande do Norte, convidei e ele aceitou. A partir daí, dei toda autonomia, carta branca, para que o secretário fizesse as ações necessárias.

Os presídios cearenses estão divididos por facções?
O que eu posso dizer é que nós tratamos criminosos como criminosos, independente de ter cometido qualquer crime.

Mas lá dentro, eles estão divididos dessa maneira, por facções?
Nós tratamos criminosos como criminosos e serão tratados no Ceará dessa mesma forma.

A quantidade de apreensões mostra um descontrole dentro dos presídios, não é?
O que o novo secretário está fazendo é cumprir a lei no que se refere ao sistema prisional. As mudanças que foram necessárias serem feitas estão sendo feitas para cumprir a lei.

Além da Polícia e das forças de Segurança, quais outros setores do governo o senhor convocou para ações emergenciais na crise?
É pra todos estarem em alerta diante da situação. Quem participa, a orientação da Casa Civil, repassamos para todas as secretarias. Exemplo, a Secretaria de Saúde, onde estão as áreas mais críticas? E a PM se desloca, mas mais à frente está a SSPDS.

Em relação ao comando das ações criminosas, o Estado tem segurança sobre de onde estão partindo as ordens?
Temos um trabalho de inteligência, 185 pessoas já foram presas, têm vários mandados de busca... E nossa determinação de transferência de líderes de grupos criminosos de dentro dos presídios para os presídios federais.

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