segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Boa parte dos candidatos ao Governo do Ceará não conhece a realidade do Estado

Mesmo depois das mudanças na minirreforma eleitoral, que trouxe a redução de tempo de campanha, restringiu as formas de doações para os candidatos e previu para o pleito de 2022 a proibição das coligações proporcionais, o que continua sem mudanças é a fragilidade nos programas de governo dos candidatos ao Executivo.

A grande maioria deles é apenas formalidade exigida pelo Tribunal Superior Eleitoral. É um amontoado de “boas intenções” sem projetos, sem calcular o custo, sem estudo de viabilidade de execução. Uma peça irresponsável.

Boa parte dos candidatos ao Governo do Ceará já afirmou não saber a realidade do Estado, não ter projeto de execução nem o custo das intervenções prometidas. Outros não conseguem organizar nas páginas de proposições o que realmente será feito nos próximos quatro anos. A impressão é que o pouco que fizer está de acordo com o que consta no plano de governo, porque não há metas, não há perspectivas reais, concretas. Um desrespeito.

Em parte, o eleitor tem culpa nesse caos. O voto acaba sendo decidido por discursos vazios nas inserções de televisão e nos programas eleitorais. Não há curiosidade em saber o que planejam as seis candidaturas para o Ceará nos próximos anos. O eleitor tem o dever, já que o voto é obrigatório, de decidir os próprios rumos administrativos a partir do que considera o melhor projeto de desenvolvimento econômico, social, cidadão. Desconsiderar as promessas antes de escolher o próximo administrador dos recursos públicos é um tiro no escuro, é lançar o seu dinheiro em um investimento sem qualquer garantia de retorno.

Os programas de governo, ou as peças de marketing como queiram , estão disponíveis no portal do Tribunal (divulgacandcontas.tse.jus.br) e pode ser acessado pelo eleitor buscando a candidatura que tem as melhores propostas, ou as menos irresponsáveis.

Tradicionalmente na campanha de rua, e de mídias sociais, o candidato abraça uma pauta, via de regra sugerida pelo marketing, e vai até o fim da campanha abraçado a ela. O candidato elege um jingle, um grito de guerra, junta os seus e toma as ruas sem saber como será se for eleito governador.

O plano de governo não entra em campo no convencimento do eleitor. O abandono persiste e as prioridades da maioria da população seguem por mais quatro anos na espera.

O POVO

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