segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ciro diz que invasão de terra é "selvageria", mas defende reforma agrária

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O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta segunda-feira (21), durante sabatina promovida por UOL, Folha de S. Paulo e SBT, que invasão de terra produtiva é "selvageria", mas defendeu que se faça uma reforma agrária com base em negociações.

"Invasão de terra produtiva é um indicador de selvageria e de incapacidade jurídica do Estado de Direito democrático de se fazer respeitado. Invasão de terra é tão selvagem quanto você impedir que trabalhadores que querem ter acesso à terra não consigam ainda em pleno século 21. Portanto, você tem que fazer a reforma agrária abrindo caminho para quem nela deseja trabalhar a terra e você tem que fazer garantir o Estado de Direito democrático, que é a proteção da incolumidade das pessoas e de suas propriedades", declarou.

Questionado sobre como enxerga a atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), disse não caber a ele julgar a forma de luta do grupo social. Ciro então disse que, enquanto governador do Ceará, chamou as famílias do MST para conversar e resolver a questão de concessão de lotes.

"Não tive um problema sequer em quatro anos. 100% das famílias que me procuraram tiveram acesso a um pequeno pedaço de terra com assistência técnica, com apoio, perfuração de poço, e olhe que ali no Nordeste tem um problema gravíssimo que é que a terra não presta. A terra é muito hostil", disse.

Por outro lado, falou que é "tarefa do poder público" retirar invasores que entram "madrugada adentro" em lotes produtivos e garantir a propriedade. "Isso para mim é muito claro, sempre foi", acrescentou.

Na avaliação de Ciro, o agronegócio "está carregando o Brasil nas costas". O pré-candidato falou que a opção por uma desindustrialização e o foco no agronegócio é histórica, mas que o desemprego passa por essa questão. Isso porque, defendeu, o agronegócio não emprega muita gente nem gera tantos impostos. No entanto, credita ao setor o fato de a taxa de câmbio entre o dólar e o real não estar mais alta.

Críticas a Bolsonaro

O presidenciável criticou em mais de uma oportunidade o pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. Ciro Gomes falou que Bolsonaro, "como fascista, tem dificuldade de lidar com o antagonismo" e, caso o concorrente seja eleito, haverá crise posto que "nunca administrou um boteco dos pequenos".

O pedetista ainda disse que "gostaria muito" de enfrentar Bolsonaro no segundo turno porque seria o candidato "mais fácil" de derrotar.

Ao falar de segurança pública, o pedetista também alfinetou Bolsonaro, que é o segundo melhor colocado nas pesquisas de intenção de voto. Questionado sobre o pré-candidato à Presidência pelo PSL, e o posicionamento deste em defender a distribuição de armas, especialmente em áreas rurais, e a flexibilização do porte das mesmas, Ciro disse que o concorrente é uma "grave ameaça pelo extremismo".

Na avaliação de Ciro, Bolsonaro tem "soluções toscas e graves" e "quando um camarada promete distribuir armas é um banho de sangue". Isso porque, afirmou, os cidadãos não estão preparados para manusear as armas, enquanto os criminosos, sim.

Indagado sobre a crise política e econômica da Venezuela, que elegeu Nicolás Maduro por mais seis anos em pleito com legitimidade contestada internamente e internacionalmente, Ciro disse que o regime é insustentável e ver com "muita angustia o itinerário da sandice ali". Porém, ele criticou o posicionamento do atual governo brasileiro em não mediar o conflito.

Em relação à candidatura, Ciro disse que não a pagará do próprio bolso, mas com recursos do PDT e contribuições individuais, embora não espere que essa modalidade tenha importância significativa.

Quanto a coligações, falou que seu projeto precisa ser "aperfeiçoado" com partidos do centro à esquerda e mantém conversa com o PSB, agora que o eventual pré-candidato da sigla, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, desistiu de concorrer. Segundo Ciro, o PSB é o "parceiro preferencial" e ele tem vontade de ter o apoio do PCdoB.

Uol

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