A revelação de que algumas 
associações comunitárias não estavam construindo os banheiros para os 
quais receberam verba pública possibilitou, nos últimos meses, que as 
investigações apontassem um aspecto ainda maior do problema. Na verdade,
 praticamente todos os 108 convênios que estão sob investigação do 
Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) apresentam alguma 
irregularidade, entre problemas considerados graves e leves. A 
informação é dos conselheiros do TCE-CE, Soraia Victor e Edilberto 
Pontes.
Ao O POVO, os conselheiros apontaram que tem sido 
frequente a detecção de irregularidades nos convênios para a construção 
de banheiros. A maioria, porém, são irregularidades de menor gravidade, 
conforme aponta Soraia Victor: “Se temos a não execução do convênio, 
verificando que os banheiros não foram construídos, nós temos uma 
irregularidade grave. Mas na maioria dos casos, estamos observando 
problemas de menor gravidade, como a ausência de um vaso ou chuveiro”.
Corregedor
 recém empossado na corte, Edilberto acrescenta que entre os problemas 
considerados mais leves está a prestação de contas fora do prazo ou 
inexistente e o não cumprimento dos materiais e procedimentos 
apresentados no plano de trabalho apresentado à Secretaria das Cidades. 
Dentre todos os convênios investigados pelo TCE-CE, seis já viraram 
objeto de tomadas de contas especiais: são casos nos municípios de 
Cascavel, Cariús, Chorozinho, Pindoretama e Horizonte.
Para
 estes casos, o pleno do Tribunal decidiu inquirir os responsáveis pelos
 convênios para que restituam os valores devidos ao erário estadual ou 
apresentem defesa. Vinte e duas pessoas foram responsabilizadas 
solidariamente, segundo Soraia Victor. Entre elas, o atual titular da 
Secretaria das Cidades, deputado estadual Camilo Santana (PT), e os dois
 últimos gestores da pasta: o atual presidente do Banco do Nordeste do 
Brasil (BNB), Jurandir Santiago (PT), e o vice-presidente do PT no 
Ceará, Joaquim Cartaxo. Atualmente, segundo a conselheira, a 
investigação ainda encontra-se no prazo de manifestação dos 
responsabilizados. (Pedro Alves) 
O POVO
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