sábado, 29 de agosto de 2020

Informalidade cai 20,75% no 2º trimestre, a 1,5 mi de cearenses

A informalidade é um caminho percorrido por mais de 1,5 milhão de cearenses que buscaram alguma fonte de renda no segundo trimestre deste ano, já no contexto da pandemia. O número é 20,75% inferior ao resultado visto nos três primeiros meses de 2020, que atingiu 1,9 milhão, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), o recuo reflete a paralisação da economia na pandemia. "Neste período, nós tivemos uma queda do emprego formal e até de atividades informais, principalmente as vinculadas ao setor de serviços. Muita coisa fechou, como pequenos bares, salões de beleza, lojinhas de bairro", avalia Coimbra.

A pesquisa revelou que houve uma redução de 145 mil empresas sem CNPJ no Estado do primeiro para o segundo trimestre. Além disso, o número de pessoas ocupadas caiu 13,1% no mesmo período, indo de 3,6 milhões para 3,1 milhões. Já o número de pessoas desocupadas manteve o mesmo patamar de 12,1% de um trimestre para o outro.

Renda

De acordo com o IBGE, o rendimento médio dos cearenses ocupados apresentou um leve aumento, indo de R$ 1.637 para R$ 1.792. Coimbra avalia que o auxílio emergencial foi um dos grandes responsáveis pela estabilidade da renda dos cearenses.

"Uma parcela significativa das pessoas não tinham renda nenhuma, mesmo aquelas que se consideravam informais. Talvez, eles não conseguissem nem ter essa renda de R$600", relata.

Ele ainda pontua que com a retomada de outros setores da economia, como o de eventos, a informalidade pode voltar a crescer nos próximos meses. "O turismo, o entretenimento tem um percentual bem significativo de informais e é provável que se incorpore mais pessoas" diz.

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