terça-feira, 28 de julho de 2020

Colombiano foragido é um dos suspeitos de atirar e matar prefeito de Granjeiro, diz polícia

Um colombiano de 31 anos, que está foragido, é suspeito de ser o homem que atirou e matou o prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, o João do Povo, morto no dia 24 de dezembro do ano passado. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira (27) pelo delegado Luiz Eduardo da Costa Santos.

"Nós temos o suspeito de ser o executor material, o Manuel Fernando Mateus Ariza, de 31 anos, a gente ainda não conseguiu encontrá-lo. Chegamos ao nome dele através de investigações da tecnologia por meio de extrações e quebra de sigilo de dados", disse.

O delegado afirmou ainda que o colombiano morava na região do Cariri e já era investigado ela prática de agiotagem.

Além do colombiano, mais dois suspeitos estão foragidos, são eles José Plácido da Cunha, de 53 anos e Thyago Gutthyerre Pereira Alves, de 31 anos. Outras nove pessoas foram indiciadas pela polícia por envolvimento no crime, além delas, cinco pessoas foram indiciadas por falso testemunho.

A Secretaria da Segurança Pública divulgou, nesta segunda-feira (27), a conclusão da primeira fase das investigações sobre o homicídio. Até agora 17 pessoas ligadas, direta ou indiretamente ao assassinato de 'João do Povo' foram presas ou tiveram medidas cautelares cumpridas.

Ex-assessor seria assassinado

Um inquérito policial do último mês de junho aponta que o ex-assessor de João do Povo seria assassinado após a morte de seu ex-chefe. No documento, um bancário suspeito de estar envolvido no crime que vitimou o antigo gestor de Granjeiro, planeja a execução do ex-funcionário do político assassinado.

Conforme o inquérito da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Geraldo Pinheiro de Freitas, de 67 anos, conhecido como Geraldo Cândido, planeja matar Cícero Sebastião Vieira Freitas, o Kleber, ex-assessor de João Gregório Neto. O bancário é também suspeito de ser um dos financiadores do assassinato do antigo gestor de Granjeiro, morto enquanto caminhava no município, em dezembro de 2019.

O plano da morte do ex-assessor, conforme o inquérito, foi descoberto por meio de uma ligação entre o bancário e Vicente Félix de Sousa, pai de Ticiano da Fonseca Félix, vice-prefeito na mesma chapa eleitoral, de 2016, de João do Povo. Vicente e Ticiano foram presos na última quarta-feira (15) por envolvimento na morte do antigo gestor de Granjeiro.

Durante a conversa, de acordo com o inquérito, Geraldo e Vicente lamentam ainda o fim da amizade dos dois após a morte de João do Povo, culpando o ex-assessor, Cícero Sebastião. Em seguida, Vicente orienta o que a esposa do bancário deverá falar quando for chamada para depor sobre o assassinato de João Gregório.

"Não fiquei surpreso"

Cícero Sebastião afirmou que soube há pouco tempo sobre o plano de assassinato contra ele. O ex-assessor diz não estar surpreso com o plano de execução, já que ele lutou para que a morte de João do Povo fosse esclarecida. "Eu brigava por justiça. Sabia os riscos que eu corria, mas, eu estava disposto a desvendar esse crime, inclusive se fosse pagar com a própria vida".

O ex-assessor afirmou ainda que, antes da execução de João do Povo, alertou ao então prefeito de Granjeiro sobre o crime. Conforme Kleber, havia fortes indícios de que os suspeitos, como Ticiano Félix e Vicente Félix, queriam a chefia da prefeitura, chegando a fazer denúncias infundadas contra o gestor à época e tentando subornar vereadores, oferecendo cerca de R$ 100 mil para os políticos.

"Viviam nas rádios da região, dando entrevistas. Faziam denúncias infundadas. Quando não conseguiram pela Justiça, partiram para compra a dos vereadores. Como conhecíamos os vereadores do município, eu procurei o prefeito e disse: "João, cuidado que eles vão te matar". Avisei antes do crime. E aí, foi só o que deu", afirmou o ex-assessor.

Justiça

Apesar da preocupação de ser apontado como o alvo de um assassinato, Kleber afirma não buscar apenas proteção para a própria vida, mas também busca a solução para a morte de João do Povo, por meio da prisão e condenação de todos os envolvidos no assassinato.

"A gente fica preocupado. Mas em nenhum momento devemos baixar a cabeça. Conseguimos vencer uma batalha e vamos continuar até vencer uma guerra, pois todos serão condenados. Que a Polícia continue trabalhando, e que a justiça continue sendo feita", salientou o ex-assessor.

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