quinta-feira, 2 de maio de 2019

Cagece lidera queixas no Procon em Fortaleza e é notificada; multa pode chegar a R$ 3 milhões

Depois de liderar por três anos consecutivos o maior volume de queixas em Fortaleza, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) tem 10 dias corridos para apresentar um planejamento com medidas internas a fim de solucionar demandas pendentes dos clientes.

O prazo começou a ser contado na última terça-feira (30), quando a empresa foi notificada pelo Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon), a quem deve ser encaminhada a resposta.

Segundo a diretora do órgão, Cláudia Santos, a Cagece precisa avaliar “velhas posturas e adotar novas e boas práticas”. Em caso de descumprimento, a empresa pode ser penalizada com base no Código de Defesa do Consumidor.

“A Cagece tem que rever a sua conduta. Como foi requisitado, ela tem obrigação de apresentar o planejamento sob pena de desobediência. Caso não forneça as informações requisitadas, ela está passível às sanções do artigo 58, como multa de R$ 700 a R$ 3 milhões”, explica.

Em nota enviada ao G1, a concessionária de água informou estar ciente da notificação e que já “encaminhou o documento para as áreas competentes da companhia para que se manifestem quanto ao que foi solicitado pelo órgão”.

Reclamações

Ainda de acordo com o Procon, a Cagece ocupa o primeiro lugar na listagem das empresas mais reclamadas entre os anos de 2016 a 2018. Somente no ano passado, 1.267 queixas foram feitas à companhia por falta d’água. Entre os principais problemas apurados, constam: cobrança indevida, cobrança abusiva mediante constrangimento, dúvida sobre cobrança e valor da mensalidade.

“Apesar da citação entre as empresas mais reclamadas, a companhia também é citada pela mesma publicação com um índice de resolutividade de 81,35% das demandas, o que se considera um resultado satisfatório tendo em vista a totalidade de clientes da companhia”, avalia.

Já conforme dados obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI), a companhia registrou no último triênio 135.587 reclamações na Capital.

Os bairros com maior concentração de queixas ficam na região periférica da cidade, como o Jangurussu, que liderou o número de contestações com 6.577 denúncias, seguido de Siqueira (4.728) e Vila Velha com 3.953.

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